De acordo com informações da plataforma Google Trends, que analisa as tendências de buscas do Google, o bitcoin foi a criptomoeda preferida dos brasileiros nos últimos 12 meses. Na comparação com outros ativos no mercado, a moeda ganha disparado opções como o Ethereum, Mana, Cardano e Tether USD e as buscas não param de crescer.
Quando pegamos o valor de mercado de cada uma dessas moedas, vemos que, das citadas anteriormente, apenas o Bitcoin e o Ethereum sofreram valorização do mesmo período, como mostram as imagens a seguir:
Em dezembro de 2021, o BTC chegou a ser cotado em US$16 mil e, atualmente, o seu valor de mercado é de aproximadamente US$30 mil. Para os especialistas, no último mês de forma mais específica, o Bitcoin muito visado no mundo por conta de uma série de pedidos de ETFs (tradução da sigla Exchange Traded Funds), apresentados à SEC (tradução de Securities and Exchange Commission, que seria a Comissão de Valores Mobiliários) dos Estados Unidos. A ideia é criar fundos de investimentos que podem ser negociados na bolsa de valores.
Grandes empresas como a BlackRock, tentam aprovar esses fundos de, onde o diferencial seria que ele estaria baseado em criptomoedas como BTC.
Por que brasileiros investem em Bitcoin?
Dados da Receita Federal apontam que, no Brasil, quase 2 milhões de pessoas investem em criptomoedas.
Segundo informações do “Risco relevante para o investidor brasileiro, francês e inglês”, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o brasileiro ainda concentra seus investimentos em poupança (37,5%) e em títulos públicos e renda fixa no geral (21%). No entanto, segundo as pesquisas, 14,5% dos investidores brasileiros afirmam investir em criptoativos.
Na comparação com outros países, investimos quase cinco vezes do que os franceses (onde cerca de 3% dos investidores aplicam seu dinheiro em criptomoedas) e praticamente 9 vezes mais do que os investidores ingleses (onde apenas 1,5% dos investidores acreditam no mundo cripto) que participaram da pesquisa.
Além disso, Felipe Medeiros, analista de criptomoedas, ressalta que o Brasil é um grande pioneiro em tecnologias e inovações dentro do mundo cripto.
"Podemos citar a tokenização de empresas e programas de clubes de futebol, bem como a criação de ETFs na Bolsa brasileira. Vale lembrar que no caso de alguns ativos, o Brasil foi o primeiro país do mundo a negociá-los em bolsa, via ETF", conta, em entrevista ao Estadão.
Algumas das primeiras exchanges de criptomoedas começaram a surgir há exatos 10 anos, em 2013. O primeiro saque de Bitcoin no Brasil, por exemplo, aconteceu em 2013, por meio de um caixa eletrônico fornecido na época pelo Mercado Bitcoin. De lá pra cá, o tema das moedas virtuais tem se popularizado cada vez mais no país e, um dos principais fatos das pessoas investirem no Bitcoin pode estar atrelado ao tempo em que ouvem falar do criptoativo.
Além disso, Medeiros destaca outro ponto importante: a resiliência no perfil dessas criptomoedas e como esse tipo de investimento visa um retorno financeiro para o futuro.
"Os investidores que entram pensando no curto prazo, em absoluta maioria das vezes, abandonam o mercado com perdas acima de 50% do capital. Existem grandes e promissoras tecnologias sendo desenvolvidas nesse mercado, que podem ser tratadas como bons investimentos a longo prazo" diz.