O Bitcoin (BTC), líder indiscutível no mercado de criptomoedas em termos de capitalização, enfrentou uma queda vertiginosa em novembro de 2022, impulsionada pelo colapso da FTX. Desde então, a moeda digital apresentou uma notável recuperação, crescendo em 70% para atingir a marca de US$ 34,3 mil.
No entanto, os efeitos colaterais desse colapso ainda se fazem sentir, manifestando-se na forma de uma liquidez deficiente e na profundidade de mercado, a capacidade do mercado de absorver grandes ordens sem afetar os preços.
Desafios da liquidez
A combinação da profundidade de mercado para Bitcoin, Ethereum (ETH) e as 30 principais criptomoedas alternativas em termos de capitalização está atualmente avaliada em US$ 800 milhões, representando uma diminuição de 55% em relação ao ano anterior, conforme relatou Dessislava Aubert, analista de pesquisa da empresa baseada em Paris, Kaiko, em um comunicado por e-mail.
Há um ano, para mover os preços em 2% em qualquer direção, seria necessária uma ordem no valor de pelo menos 1,8 bilhão de dólares. No entanto, atualmente, um pedido de US$ 800 milhões já é suficiente para exercer influência sobre os preços.
Impacto
A significativa deterioração da liquidez, referida como "Alameda Gap" pela Kaiko, acarreta custos de derrapagem mais elevados para os traders que buscam executar ordens volumosas. A derrapagem se refere à diferença entre o custo esperado de uma negociação e o custo real de execução. A fraca liquidez também implica que grandes ordens podem ter um impacto desproporcional sobre os preços, gerando volatilidade significativa.
Antes de sua falência, a Alameda Research era uma das principais formadoras de mercado no setor, fornecendo bilhões de dólares em liquidez para Bitcoin, Ethereum e criptomoedas alternativas. Além disso, a FTX ocupava o terceiro lugar entre as maiores bolsas de futuros perpétuos em termos de contratos em aberto e volumes de negociação.