Desde o dia 16 de março deste ano, El Salvador tem comprado um Bitcoin (BTC) diariamente, elevando seu total de ativos em Bitcoin para mais de US$ 360 milhões. De acordo com a Arkham Intelligence, o país possui atualmente 5.852 Bitcoins, avaliados em US$ 361 milhões no momento. 

Desde que tornou o Bitcoin moeda de curso legal em 2021, o presidente do país Nayib Bukele tem realizado estratégias relacionadas ao setor cripto. Entre as iniciativas lançadas por sua administração estão a operação de mineração de Bitcoin usando energia geotérmica proveniente de um vulcão e a introdução de "volcano bonds", títulos lastreados em Bitcoin.  

Apesar das críticas e das preocupações levantadas por vários setores, a recente reeleição de Bukele para um segundo mandato de cinco anos sugere um apoio contínuo às suas políticas de criptomoedas. 

Essa compra contínua faz parte de uma estratégia mais ampla do governo de Nayib Bukele, que também anunciou a transferência de uma grande parte de seus ativos em Bitcoin para armazenamento a ‘frio’. O objetivo é proteger esses ativos digitais em um cofre seguro, visando aumentar a segurança a longo prazo e proteger contra possíveis ameaças cibernéticas. 

No entanto, o experimento com o Bitcoin em El Salvador não está isento de desafios. O Fundo Monetário Internacional (FMI) expressou preocupações reiteradas sobre a estratégia de criptomoeda do país, destacando a necessidade de maior transparência no processo de adoção do Bitcoin e pedindo medidas adicionais para mitigar os riscos potenciais associados a essa política monetária inovadora. 

Apesar da recente volatilidade do Bitcoin (BTC), analistas apontam que os investidores institucionais estão se interessando em investimentos defundos negociados em bolsa (ETFs) à vista de Bitcoin. 

André Dragosch, chefe de pesquisa da Bitwise na Europa, destacou em entrevista ao The Block que os investidores institucionais não estão se afastando da crescente volatilidade do Bitcoin. Pelo contrário, eles estão mantendo suas posições ou até mesmo ampliando seus investimentos.  

"Os investidores institucionais não estão fugindo da volatilidade do Bitcoin e permanecem relativamente estáveis, inclinados a hodl," afirmou Dragosch. 

Ele se referiu aos dados dos registros 13F do segundo trimestre de 2024, que revelam um comprometimento significativo dos investidores institucionais em ETFs de Bitcoin à vista, especialmente quando comparados a ETFs de outras classes de ativos, como o ouro.  

Segundo os dados, 44% dos investidores institucionais que alocaram capital em ETFs de Bitcoin à vista no primeiro trimestre aumentaram suas posições no segundo trimestre, 22% mantiveram suas participações estáveis, 21% reduziram e apenas 13% retiraram seus investimentos.  

Dragosch comparou esses números com outros ETFs e os considerou positivos. Analistas da Wintermute também observaram essa resistênciaentre os traders institucionais, apesar da significativa volatilidade do mercado de Bitcoin durante o segundo trimestre. 

"Mesmo com o preço do Bitcoin caindo mais de 20% nesse período, essas instituições mantiveram sua postura e continuaram acumulando, o que reforça ainda mais a crescente aceitação e interesse institucional no Bitcoin como um ativo de investimento," afirmaram os analistas.