A Tesla, empresa do Elon Musk, manteve sua reserva de Bitcoin (BTC) durante o primeiro trimestre de 2025, mesmo com uma queda em seus lucros. De acordo com os resultados divulgados na última terça-feira (22), a montadora reportou uma receita de US$ 19,34 bilhões. 

Isso significa uma redução de 9,2% em relação ao mesmo período do ano passado e 7,85% abaixo das projeções.

O lucro líquido também apresentou recuo nesse período, totalizando US$ 409 milhões, uma queda de 80,8% em relação ao trimestre anterior e 70,5% em comparação ao primeiro trimestre de 2024.

Tesla mantém reserva de Bitcoin 

Apesar dos números negativos, as ações da Tesla (TSLA) subiram 4,6% durante o pregão e avançaram mais 5,4% no pós-mercado, atingindo US$ 250,80.

Os papéis da companhia acompanharam a recuperação do Bitcoin, que nesta quarta-feira (23), é negociado a US$ 92,7 mil com avanço de 9% nos últimos sete dias, 

Devido à valorização da criptomoeda, a reserva de 11.509 BTC da Tesla voltou a ultrapassar os US$ 1,07 bilhão, conforme dados atualizados do Bitcoin Treasuries. A empresa mantém essa mesma quantidade de BTC desde junho de 2022. 

Musk promete dedicar mais tempo à Tesla 

Além da valorização do Bitcoin, a alta nas ações também foi influenciada pela promessa do CEO da Tesla, Elon Musk, durante a teleconferência de resultados. 

Musk afirmou que vai reduzir sua atuação no Departamento de Eficiência Governamental (apelidado de DOGE), função que exerce no governo Trump.

“Provavelmente a partir do mês que vem, maio, meu tempo alocado ao DOGE vai cair significativamente”, afirmou Musk. Mesmo assim, ele seguirá com um ou dois dias da semana voltados ao projeto, para evitar o retorno de desperdícios e fraudes na máquina pública, segundo explicou.

O Bitcoin (BTC) iniciou a semana em recuperação, atingindo nesta terça-feira (22) o maior patamar em seis semanas, superando a marca dos US$ 91 mil. A maior criptomoeda do mercado registra uma valorização de aproximadamente 22% desde sua mínima recente, em 7 de abril.

De acordo com dados do mercado, o BTC chegou a encostar nos US$ 91,5 mil, mantendo-se acima do suporte de US$ 91 mil nas primeiras horas de negociação após o feriado da Páscoa. 

Por volta das 17:12 (horário de Brasília), a criptomoeda era negociada a US$ 91,3 mil com avanço de 8,64%. 

O movimento marca a recuperação do ativo, que não era visto nesse nível de preço desde o começo do “tarifaço” promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. 

De acordo com Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, o Bitcoin iniciou sua trajetória de alta a partir de uma mínima registrada em US$ 74.508, no dia 7 de abril.

Desde então, o ativo subiu de forma contínua, alcançando US$ 89.888 na segunda-feira (21), e superando a marca dos US$ 91 mil no dia seguinte.

Mattos destaca que a região atual — entre US$ 91 mil e US$ 91,5 mil — representa uma faixa de liquidez relevante, que pode atrair força vendedora e limitar novas altas no curto prazo.

“Se houver continuidade da alta, o preço da principal criptomoeda do mercado encontrará resistência nos US$ 91.500, sendo que essa faixa de preço é uma região de liquidez extremamente forte e pode ter força vendedora para reverter o movimento do ativo”, destacou.