Durante um painel organizado pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Fabio Araújo, coordenador do Drex no Banco Central do Brasil (BC), revelou que novos casos de uso para a moeda digital do país serão anunciados ainda nesta semana.
Seleção e implementação dos novos casos de uso
Além disso, uma chamada pública será aberta em setembro para permitir a entrada de novos participantes, com implementações previstas para 2025. “Em setembro, faremos uma chamada pública para que empresas que ainda não estão participando possam trazer seus casos de uso e começar a implementação em 2025”, afirmou Araújo.
Para ele, o ano que vem será o checkpoint do Drex, onde os objetivos estabelecidos serão verificados. O coordenador do Drex afirmou que o mais importar é garantir que alcancem “marcos essenciais, como privacidade, segurança e estabilidade, antes de expandir para um público mais amplo".
Participação da CVM em casos de uso
Os participantes desta segunda fase continuarão testando soluções de privacidade desenvolvidas em colaboração com empresas da primeira fase do Drex. Araújo mencionou que o BC está trabalhando de perto com autoridades reguladoras, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para viabilizar novos casos de uso.
Pedro Castellar, chefe de gabinete da presidência da CVM, concordou com as declarações de Araújo, afirmando que a CVM está monitorando de perto o piloto do DREX, especialmente em relação à tokenização de valores mobiliários.
"Estamos analisando como a infraestrutura do DREX pode ser integrada ao mercado de capitais, garantindo interoperabilidade e minimizando os riscos de fragmentação de mercado", disse Castellar. Ele destacou que a interoperabilidade oferecida pelo DREX pode ajudar a evitar a fragmentação de liquidez e a promover uma formação de preços mais eficiente.
Benefícios da tokenização
Outro ponto destacado por Araújo foi a importância da tokenização, já que melhora dois aspectos fundamentais do sistema: acesso e reconciliação de informações.
"A reconciliação de informações é um processo caro, que geralmente requer validação de terceiros, gerando concentração de poder e dificultando a entrada de novos participantes. Ao simplificar esse processo, abrimos espaço para mais inovação e novos atores, caracterizando uma economia tokenizada", explicou.