quarta, 04 de dezembro, 2024

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Bancos Centrais e BIS realizam testes de CBDCs em transferências internacionais

Projeto Mariana comprova viabilidade da liquidação estrangeira de moedas digitais

quinta, 28 de setembro, 2023 - 08:33

Redação MyCryptoChannel

Na busca pela inovação no setor financeiro global, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) uniu forças com os bancos centrais de Cingapura, França, e Suíça para conduzir com sucesso um teste de comércio transfronteiriço envolvendo moedas digitais atacadistas do banco central (wCBDC). O relatório do teste, divulgado nesta última quinta-feira (28), revela que o Projeto Mariana alcançou resultados promissores ao explorar o potencial das CBDCs para aprimorar a liquidação de transferências interbancárias.

 

Prova de conceito inovadora

O Projeto Mariana, ao utilizar wCBDCs hipotéticos representando o euro, o dólar de Cingapura e o franco suíço em cenários simulados com instituições financeiras, abriu caminho para uma nova era de transações financeiras transfronteiriças. A base desse projeto repousa em um "padrão de token comum em um blockchain pública que facilita a interoperabilidade e a troca contínua de wCBDC em diversos sistemas locais de pagamento e liquidação mantidos pelos bancos centrais participantes", conforme detalhado em um comunicado de imprensa.

 

Essa abordagem inovadora representa um passo significativo na direção da eficiência e da simplicidade nas transferências interbancárias internacionais. À medida que mais nações exploram a emissão de CBDCs no atacado, visando aprimorar seus sistemas de pagamento, o Projeto Mariana se torna um marco importante para a comunidade financeira global.

 

Novas fronteiras de liquidação 

O objetivo central do Projeto Mariana era avaliar a viabilidade da liquidação estrangeira e cambial em um ambiente onde os bancos centrais emitem CBDCs. Com um crescente interesse por parte de países na Europa e Ásia na emissão de moedas digitais emitidas por bancos centrais no atacado, que prometem melhorar significativamente os pagamentos transfronteiriços, a importância dessa iniciativa não pode ser subestimada.

 

O Banque de France já havia sinalizado, em junho, que os CBDCs no atacado poderiam desempenhar um papel fundamental na otimização dos pagamentos transfronteiriços. Os resultados do Projeto Mariana agora respaldam essa perspectiva e abrem portas para uma nova era de cooperação e eficiência entre os bancos centrais.

 

Benefícios dos wCBDCs

Os wCBDCs, ou moedas digitais atacadistas do banco central, são concebidos para simplificar a liquidação de transações entre instituições financeiras. Por meio do uso de tecnologia de blockchain e tokens digitais, essas moedas podem acelerar e simplificar os processos de pagamento e liquidação, reduzindo custos e riscos associados.

 

Além disso, os wCBDCs podem melhorar a transparência nas transações financeiras, tornando mais fácil para os bancos centrais rastrear e supervisionar as atividades financeiras em seus territórios. Isso também pode contribuir para a prevenção de atividades ilícitas e fraudes no sistema financeiro.

 

Perspectivas para o futuro

À medida que os países continuam a explorar as possibilidades oferecidas pelas CBDCs no atacado, é provável que vejamos uma maior colaboração entre os bancos centrais e uma adoção mais ampla dessa tecnologia. A simplificação das transações financeiras transfronteiriças é apenas um dos muitos benefícios que as moedas digitais podem proporcionar, e o Projeto Mariana demonstra que esses benefícios podem ser alcançados com sucesso.

 

No entanto, é importante lembrar que a implementação em larga escala de CBDCs no atacado requer uma abordagem cuidadosa e coordenação internacional. Os bancos centrais devem trabalhar juntos para desenvolver padrões e regulamentações que garantam a segurança e a estabilidade do sistema financeiro global.

CBDC

Moeda do BRICS não ameaça o dólar, diz criador do termo BRIC

Segundo o ex-economista do Goldman Sachs, tensões entre China e Índia e desigualdade econômica no bloco tornam inviável a criação de uma moeda global conjunta

quinta, 24 de outubro, 2024 - 19:10

Redação MyCryptoChannel

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O projeto do BRICS de criar um sistema de pagamento alternativo ao dólar e lançar uma moeda digital para o comércio global não representa uma ameaça real à supremacia da moeda americana, de acordo com Jim O'Neill, ex-economista do Goldman Sachs e responsável por cunhar o termo BRIC em 2001. 

Para O'Neill, as tensões e a falta de cooperação entre China e Índia, principais potências do grupo, juntamente com a desigualdade econômica entre os membros, tornam improvável o sucesso de qualquer iniciativa conjunta com ambições globais.  

"A ideia de que o BRICS pode se tornar um clube econômico global genuíno é fantasiosa, assim como o G7. É preocupante que eles se vejam como uma alternativa global, pois isso é inviável", afirmou O'Neill em entrevista à Reuters. 

Desafios internos e a viabilidade da moeda comum 

O economista ressaltou que, nos últimos 15 anos, o BRICS teve poucos avanços como bloco, o que, segundo ele, torna remota a possibilidade de uma moeda comum desafiar a hegemonia do dólar no sistema financeiro internacional.  

A principal dificuldade está na disparidade econômica entre os países membros. De acordo com O'Neill, uma moeda comum seria fortemente dependente da China, enquanto Brasil e Rússia teriam um papel secundário e pouco influente. 

Rivalidade China-Índia como obstáculo 

A cúpula do BRICS, realizada esta semana na Rússia, evidenciou as intenções da China e da Rússia de reformular as estruturas de governança global, desafiando o domínio dos EUA e a posição do dólar como moeda de reserva internacional.  

No entanto, para O'Neill, o encontro tem pouco impacto real.  

“Parece-me ser basicamente um encontro anual simbólico em que países emergentes importantes, especialmente os barulhentos como a Rússia, e a China, possam se reunir e demonstrar como é bom fazer parte de algo que não envolva os EUA, questionando a eficiência dos sistemas de governança global em vigor ", afirmou. 

 

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Drex pode se tornar o Sistema Financeiro do Brasil, afirma Banco Central

Coordenador do projeto Drex, Fábio Araújo, revela planos de integração com Pix e Open Finance, e discute testes com a população e privacidade

quinta, 03 de outubro, 2024 - 15:02

Redação MyCryptoChannel

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Durante o Fórum Ativos Digitais, Fábio Araújo, coordenador do Drex no Banco Central (BC), revelou planos para o Drex, como o de se tornar o "Sistema Financeiro do Brasil". Assim, a moeda digital integraria todos os serviços financeiros com soluções digitais como o Open Finance e o Pix.  

Ele destacou que o Drex, projetado como um STR 2.0, está em fase avançada, mas ainda não possui uma data oficial de lançamento, segundo cobertura do Cointelegraph. A moeda digital do BC será testada com a população antes de ser implementada oficialmente. 

“Os testes com a população nos ajudarão a definir o que deve estar integrado à Mainnet e o que pode ser interoperável. O ponto crucial é superar o desafio da privacidade”, disse o coordenador do projeto.  

Araújo também enfatizou que o Drex vai além de ser apenas uma moeda digital, servindo como uma plataforma estratégica.  

"O Drex é mais que uma moeda, ele é uma plataforma que vai abrir novas possibilidades para os participantes do mercado oferecerem serviços financeiros de maneira mais ampla à população", explicou.  

Outro ponto relevante é que o BC está planejando abrir o Drex para novos participantes do mercado, com o objetivo de aumentar os casos de uso. Na próxima semana, será realizada uma chamada pública para fomentar a participação do mercado. 

Além disso, Araújo esclareceu que o conceito de "dinheiro programável" não se aplica diretamente ao Drex, pois o dinheiro, por definição, não possui essas condições.  

Ele comparou esse conceito ao uso de vouchers, destacando que o Drex funcionará como uma plataforma pública para serviços financeiros, e não como uma moeda com restrições programáveis. 

Por fim, Araújo mencionou a escolha do BC de adotar um modelo de ledger único para o Drex, sendo a opção mais segura e escalável. “A estratégia que definimos para a evolução do DREX é começar com um ledger único, inserindo nele tudo o que a escalabilidade permitir e interoperando apenas o necessário", completou.