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Implementação de CBDCs exige reformas jurídicas, afirma chefe do BIS

Banco de Compensações Internacionais destaca a necessidade de quadros legais claros para facilitar adoção em todo mundo

quarta, 27 de setembro, 2023 - 08:27

Redação MyCryptoChannel

A revolução das moedas digitais do banco central (CBDCs) segue em andamento, mas muitos países enfrentam obstáculos significativos devido à falta de estruturas jurídicas adequadas. Agustin Carstens, o gerente geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS) destacou a importância crítica de estabelecer quadros legais sólidos para apoiar a implementação de CBDCs a nível global.

 

Em uma declaração feita nesta quarta-feira (27), Carstens enfatizou que os países precisam agir com urgência para criar estruturas jurídicas que permitam a emissão e a gestão eficaz das CBDCs. Este é um passo essencial para garantir que os bancos centrais em todo o mundo possam adotar e implementar com sucesso suas próprias moedas digitais do banco central.

 

Necessidade de quadros legais para CBDCs

De acordo com um documento do Fundo Monetário Internacional (FMI) datado de 2020, cerca de 80% dos bancos centrais em todo o mundo não tem autorização legal para emitir CBDCs com base nas leis existentes, ou seus quadros jurídicos carecem de clareza sobre essa questão. Isso representa um obstáculo significativo à adoção generalizada das moedas digitais.

 

À medida que as CBDCs se tornam cada vez mais proeminentes no cenário financeiro global, a necessidade de um ambiente regulatório claro e favorável torna-se ainda mais necessário. Sem regulamentações adequadas, os bancos centrais enfrentam incertezas jurídicas que podem prejudicar o desenvolvimento e a implementação.

 

Participação crescente dos Bancos Centrais

Uma pesquisa realizada pelo BIS em 2022 revelou que 93% dos bancos centrais de todo o mundo estavam envolvidos em algum tipo de trabalho relacionado às CBDCs. Isso demonstra o crescente interesse e a conscientização sobre o potencial transformador das CBDCs no setor financeiro global.

 

O próprio BIS, em colaboração com vários bancos centrais, conduziu uma série de experimentos relacionados às CBDCs, buscando desenvolver soluções inovadoras para questões técnicas e regulatórias. Esses experimentos destacam a importância de uma abordagem colaborativa e coordenada na pesquisa e desenvolvimento.

 

Chamada para colaboração global

Carstens fez um apelo enfático aos países para colaborarem em seus projetos, reconhecendo que essas moedas podem remodelar o sistema financeiro global. Ele destacou que, embora cada país possa ter suas razões e necessidades específicas para a adoção, a coordenação internacional é essencial para garantir a interoperabilidade e a estabilidade do sistema financeiro global.

 

A colaboração global também desempenha um papel vital na troca de informações e melhores práticas, permitindo que os países aprendam juntos e evitem erros comuns ao implementar suas CBDCs.

 

Benefícios para o sistema financeiro

As moedas digitais do banco central oferecem uma série de benefícios potenciais para o sistema financeiro global. Elas podem melhorar a eficiência das transações financeiras, reduzir os custos de liquidação e promover a inclusão financeira, permitindo que mais pessoas tenham acesso a serviços financeiros.

 

Além disso, as CBDCs podem desempenhar um papel importante na mitigação de riscos sistêmicos, uma vez que proporcionam maior transparência nas transações financeiras e permitem um melhor acompanhamento do fluxo de dinheiro.

 

Desafios a serem superados

Apesar dos benefícios promissores das CBDCs, existem desafios significativos a serem superados. Além das questões jurídicas, as moedas digitais emitidas por bancos centrais levantam preocupações sobre a privacidade dos dados, a cibersegurança e o potencial impacto nas instituições financeiras tradicionais.

 

No entanto, esses desafios não devem ser obstáculos intransponíveis. Com uma abordagem cuidadosa e colaborativa, os países podem trabalhar juntos para desenvolver quadros regulatórios sólidos que equilibrem a inovação tecnológica com a segurança financeira.

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Moeda do BRICS não ameaça o dólar, diz criador do termo BRIC

Segundo o ex-economista do Goldman Sachs, tensões entre China e Índia e desigualdade econômica no bloco tornam inviável a criação de uma moeda global conjunta

quinta, 24 de outubro, 2024 - 19:10

Redação MyCryptoChannel

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O projeto do BRICS de criar um sistema de pagamento alternativo ao dólar e lançar uma moeda digital para o comércio global não representa uma ameaça real à supremacia da moeda americana, de acordo com Jim O'Neill, ex-economista do Goldman Sachs e responsável por cunhar o termo BRIC em 2001. 

Para O'Neill, as tensões e a falta de cooperação entre China e Índia, principais potências do grupo, juntamente com a desigualdade econômica entre os membros, tornam improvável o sucesso de qualquer iniciativa conjunta com ambições globais.  

"A ideia de que o BRICS pode se tornar um clube econômico global genuíno é fantasiosa, assim como o G7. É preocupante que eles se vejam como uma alternativa global, pois isso é inviável", afirmou O'Neill em entrevista à Reuters. 

Desafios internos e a viabilidade da moeda comum 

O economista ressaltou que, nos últimos 15 anos, o BRICS teve poucos avanços como bloco, o que, segundo ele, torna remota a possibilidade de uma moeda comum desafiar a hegemonia do dólar no sistema financeiro internacional.  

A principal dificuldade está na disparidade econômica entre os países membros. De acordo com O'Neill, uma moeda comum seria fortemente dependente da China, enquanto Brasil e Rússia teriam um papel secundário e pouco influente. 

Rivalidade China-Índia como obstáculo 

A cúpula do BRICS, realizada esta semana na Rússia, evidenciou as intenções da China e da Rússia de reformular as estruturas de governança global, desafiando o domínio dos EUA e a posição do dólar como moeda de reserva internacional.  

No entanto, para O'Neill, o encontro tem pouco impacto real.  

“Parece-me ser basicamente um encontro anual simbólico em que países emergentes importantes, especialmente os barulhentos como a Rússia, e a China, possam se reunir e demonstrar como é bom fazer parte de algo que não envolva os EUA, questionando a eficiência dos sistemas de governança global em vigor ", afirmou. 

 

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Drex pode se tornar o Sistema Financeiro do Brasil, afirma Banco Central

Coordenador do projeto Drex, Fábio Araújo, revela planos de integração com Pix e Open Finance, e discute testes com a população e privacidade

quinta, 03 de outubro, 2024 - 15:02

Redação MyCryptoChannel

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Durante o Fórum Ativos Digitais, Fábio Araújo, coordenador do Drex no Banco Central (BC), revelou planos para o Drex, como o de se tornar o "Sistema Financeiro do Brasil". Assim, a moeda digital integraria todos os serviços financeiros com soluções digitais como o Open Finance e o Pix.  

Ele destacou que o Drex, projetado como um STR 2.0, está em fase avançada, mas ainda não possui uma data oficial de lançamento, segundo cobertura do Cointelegraph. A moeda digital do BC será testada com a população antes de ser implementada oficialmente. 

“Os testes com a população nos ajudarão a definir o que deve estar integrado à Mainnet e o que pode ser interoperável. O ponto crucial é superar o desafio da privacidade”, disse o coordenador do projeto.  

Araújo também enfatizou que o Drex vai além de ser apenas uma moeda digital, servindo como uma plataforma estratégica.  

"O Drex é mais que uma moeda, ele é uma plataforma que vai abrir novas possibilidades para os participantes do mercado oferecerem serviços financeiros de maneira mais ampla à população", explicou.  

Outro ponto relevante é que o BC está planejando abrir o Drex para novos participantes do mercado, com o objetivo de aumentar os casos de uso. Na próxima semana, será realizada uma chamada pública para fomentar a participação do mercado. 

Além disso, Araújo esclareceu que o conceito de "dinheiro programável" não se aplica diretamente ao Drex, pois o dinheiro, por definição, não possui essas condições.  

Ele comparou esse conceito ao uso de vouchers, destacando que o Drex funcionará como uma plataforma pública para serviços financeiros, e não como uma moeda com restrições programáveis. 

Por fim, Araújo mencionou a escolha do BC de adotar um modelo de ledger único para o Drex, sendo a opção mais segura e escalável. “A estratégia que definimos para a evolução do DREX é começar com um ledger único, inserindo nele tudo o que a escalabilidade permitir e interoperando apenas o necessário", completou.