Donald Trump é o 47º presidente dos Estados Unidos e o mercado de criptomoedas, principalmente o Bitcoin (BTC), sentiu o impacto diretamente.
Após o anúncio na madrugada desta quarta-feira (6) que o republicano havia atingido 277 delegados e ganhado a eleição, o BTC atingiu a sua máxima histórica acima de US$ 75 mil.
Uma virada na visão de Trump sobre as criptomoedas
Antes cético em relação ao Bitcoin e aos criptoativos em geral, Trump alterou sua posição nos últimos meses, adotando uma postura que favorece a liberdade de mercado para esses ativos digitais.
Durante sua campanha de 2024, o republicano mudou o tom ao falar sobre o papel das criptomoedas na economia americana, chegando a aceitar doações em BTC, Ethereum (ETH), Dogecoin (DOGE), e outros ativos digitais para financiar sua candidatura.
Trump até prometeu a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e demitir o presidente do órgão regulador Gary Gensler no “primeiro dia” do novo mandato.
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Como criptoativos reagiram com vitória de Trump?
O otimismo com a vitória de Trump se reflete na cotação das criptomoedas.
Com o anúncio de sua reeleição, o BTC subiu rapidamente e alcançou a histórica marca de US$ 75,2 mil. Dados do CoinMarketCap mostram que o preço do BTC está estável em torno dos US$ 74.246.
No Brasil, a moeda atingiu a cotação de R$ 443 mil, considerando o valor atual do dólar, que também registrou alta após o resultado das eleições.
A alta do Bitcoin foi sentida por todo mercado, impulsionando outras criptomoedas. O Ethereum (ETH), segunda maior criptomoeda, também experimentou crescimento de cerca de 8%, ultrapassando os US$ 2,6 mil
Além disso, a Solana (SOL) e o XRP (XRP) avançaram nas últimas 24 horas, com valorização de 10,72% e 3,90%, respectivamente.
É um bom momento para comprar criptomoedas?
Para Valter Rabelo, head de ativos digitais da Empiricus Research, o atual cenário político dos Estados Unidos representa o “cenário perfeito” para o setor.
Com a eleição de Trump, um defensor do mercado cripto, e a composição de um Congresso mais favorável, a expectativa é de que o setor cripto finalmente tenha o suporte necessário para crescer.
"Tivemos uma vitória monumental para o cripto em termos políticos, não só pela vitória de Trump, que é pró-cripto, mas também pela composição do Congresso Americano, que no momento elegeu 235 candidatos pró-cripto contra 112 anti-cripto, e no Senado, 14 pró-cripto contra 9 anti-cripto", destacou Rabelo.
Rabelo explicou que há uma série de mudanças promissoras que podem ocorrer com a reeleição de Trump.
Em primeiro lugar, ele mencionou a possibilidade de uma regulamentação mais clara para criptoativos, impulsionada por legislações como a FIT-21, que visa estabelecer diretrizes sobre o tratamento de criptoativos no Código Penal e no Código Tributário.
“Isso é necessário para que instituições entrem nesse mercado com maior peso”, afirma Rabelo.
Outro ponto é a possibilidade de revogação da SAB-121, uma regra da Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC) que impede bancos de atuarem como custodiantes de criptoativos.
Atualmente, a custódia de Bitcoin e outros ativos digitais ocorre principalmente através de corretoras, como a Coinbase, o que limita o acesso de grandes instituições financeiras ao mercado.
Além disso, Rabelo aponta para o possível uso do Bitcoin como reserva estratégica no tesouro americano.
Segundo ele, isso não apenas fortaleceria o Bitcoin como ativo de reserva, mas também aceleraria a adoção de blockchain como infraestrutura de mercado.
“Isso vai permitir distribuição global, execução automática de serviços financeiros, redução de custos operacionais e com disponibilidade 24 horas por dia, 7 dias por semana”, previu Rabelo.
“É o cenário perfeito que poderíamos querer para esse final de ano”, comenta Rabelo, apontando que as condições políticas e macroeconômicas são extremamente favoráveis para uma valorização dos ativos digitais.