De acordo com dados mais recentes da Unit 42, unidade de Inteligência e pesquisa de ameaças da Palo Alto Networks, o Brasil ainda ocupa o primeiro lugar em golpes de ransomware na América Latina, tendo um aumento de 51% em relação ao ano passado. Agora uma nova campanha de malware direcionada aos falantes da língua portuguesa foi descoberta pelos pesquisadores.
O golpe redireciona a criptomoeda das carteiras dos usuários legítimos para as carteiras controladas por agentes de ameaças. Para fazer isso, a campanha usa um tipo de malware conhecido como clipper de criptomoeda, que monitora a área de transferência da vítima em busca de sinais de que o endereço de uma carteira de criptomoeda está sendo copiado.
O malware, que foi chamado de CryptoClippy, procura substituir o endereço real da carteira do usuário pelo do agente da ameaça, fazendo com que o usuário envie inadvertidamente a criptomoeda para o criminoso. Pesquisadores da Unit 42 encontraram vítimas nos setores de manufatura, serviços de TI e imóveis, e apontam que, provavelmente, tenham impactado também os endereços de carteira pessoal de pessoas que se conectam pelo computador de trabalho.
Para inserir o malware nos computadores dos usuários, os ciber atacantes usaram o Google Ads e os sistemas de distribuição de tráfego (TDS) para redirecionar as vítimas para domínios maliciosos que estão se passando pelo aplicativo WhatsApp Web legítimo.
“Eles usam isso para garantir que as vítimas sejam usuários reais e também que falem português. Para usuários enviados para domínios mal-intencionados, a ameaça tenta induzi-los a baixar arquivos maliciosos, incluindo arquivos .zip ou .exe, que complementam a infeção”, explica Daniel Bortolazo, Gerente de Engenharia e Arquitetura da Palo Alto Networks no Brasil.
Além disso, a variante também possui funcionalidade relacionada ao direcionamento de carteiras de criptomoedas como Ethereum e Bitcoin, dada a crescente popularidade das moedas digitais na América Latina.
Como conter ataques
A tática provou ser furtiva e bem-sucedida, com atores de ameaças roubando o equivalente a mais de US$ 1 mil em Bitcoin e Ethereum até agora das carteiras das vítimas. Segundo a Unit 42, é possível conter os ataques por meio de ferramentas que protejam os end points contra as técnicas de malware utilizadas pelos atacantes.
“É preciso que as corporações adotem medidas efetivas de cibersegurança não apenas para contenção de novos ataques que surgem ao longo do tempo, mas também para a prevenção de situações que possam trazer prejuízo à organização ou aos seus colaboradores ", conclui Bortolazo.