terça, 26 de novembro, 2024

Criptomoedas

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Criptomoedas são totalmente independentes da economia tradicional?

Ativos digitais foram criados para descentralizar sistema financeiro, mas criptoativos ainda sofrem influência

quarta, 13 de setembro, 2023 - 16:06

Ana Beatriz Rodrigues

As criptomoedas foram criadas com a promessa de serem um sistema financeiro descentralizado, desvinculado das políticas monetárias e regulatórias dos governos. No entanto, ainda que as criptomoedas cumpram parte desse compromisso, elas continuam sujeitas às forças do mercado tradicional. E isso pode acontecer de diversas formas, como o preço do Bitcoin (BTC) pode ser afetado por notícias econômicas, como o anúncio de um aumento nas taxas de juros pelo Federal Reserve System (Fed).

 

Criptomoedas e descentralização da economia

Com a crise econômica de 2008, o Bitcoin surgiu como uma alternativa mais segura para a desordem monetária no sistema financeiro dos Estados Unidos que afetou o mundo inteiro. Nesse contexto, o mercado tradicional começava a gerar desconfiança entre investidores.

 

Esse sentimento generalizado impulsionou o crescimento de uma economia descentralizada com o BTC. Sem depender de uma entidade governamental, as criptomoedas representam uma quebra com uma autoridade central, o que é preciso em negociações com moedas convencionais. 

 

Para Eduardo Ibrahim, especialista em Economia Exponencial na SingularityU Brazil, os criptoativos se tornaram uma “alternativa ao sistema financeiro convencional”. Ele também explica que o Bitcoin pode ser comparado com o Ouro, por não possuir lastro tradicional. Ou seja, não possui uma garantia determinada sobre o valor da moeda.

 

Embora o lastro não seja em um ativo físico, e sim na tecnologia, a dinâmica de emissão, escassez e posse são parecidas e por isso se tornam uma opção de proteção, principalmente em momentos de incerteza econômica”, destacou Ibrahim.

 

Influência da economia tradicional

Mesmo com essa promessa, ainda não é possível separar totalmente o mercado tradicional com o digital. As notícias respingam e influenciam diretamente as negociações dos ativos digitais. Nos Estados Unidos, algumas ligações são ainda mais claras, como stablecoins indexados ao dólar e a influência das entidades sobre a regulamentação das criptomoedas. 

 

No Brasil, essa relação pode ser vista em outras situações. Empresas e bancos brasileiros utilizam a tecnologia blockchain como meio para seus processos de pagamento. Para Ibrahim, essa ligação permite “aumentar a eficiência e diminuir os custos em seus processos de negócio”. Além disso, a implementação do Drex e todo o esforço do Banco Central nesse processo demonstram esse desenvolvimento. 

 

Carlos Akira Sato, especialista em ativos digitais, fintechs, special situations e sócio do escritório Jantalia Advogados, destacou que “conforme a economia tradicional começa a adotar a tecnologia blockchain, a interação das criptomoedas aumenta, e já temos um termo muito utilizado para esse fenômeno,a interoperabilidade”. Sato também ressalta outras relações que tornam a economia tradicional em uma “economia tokenizada”. 

 

É inegável que as criptomoedas são mais utilizadas no mercado financeiro, mercado de capitais, mercado de tecnologia e mercado de games, mas a criação de produtos acessíveis, do ponto de vista de experiência do usuário, torna o cenário de economia tokenizada cada vez mais próximo”, comentou. 

 

Para ele, essa relação traz vantagens ao aumentar “a confiança das pessoas em relação aos ativos” e “favorece a adoção das criptomoedas em todos os setores da economia”. 

 

Por outro lado, o especialista em Economia Exponencial na SingularityU Brazil, Eduardo Ibrahim, analisa que como as criptomoedas podem “ser vistas como ativos de refúgio em momentos de crise, isso tende a resultar em aumento da demanda e, consequentemente, valorização dos ativos”. Mas para ele, ainda é preciso de avanços para os investidores terem uma segurança maior. 

 

No entanto, a falta de mercados maduros e regulados como os que conhecemos também pode tornar as criptomoedas voláteis e sujeitas a correções bruscas quando ocorrem eventos inesperados, trazendo grande risco para os investidores”, destacou Ibrahim.

 

Futuro dessa relação

Ainda não é possível mensurar se a criptomoeda vai se desvencilhar totalmente da economia tradicional, sendo preciso muitos recursos para esse cenário se realizar. Akira Sato diz que “as criptomoedas continuarão independentes e cada vez mais aumentarão a sua interação com a economia tradicional até que o padrão seja uma economia totalmente tokenizada”.

 

Para Ibrahim, seria necessária uma aceitação geral dos pagamentos com criptomoedas para isso acontecer, além de “unidade de conta confiável e uma reserva de valor estável aceita e regulada pelos governos de economias locais”. Entretanto, o especialista em Economia Exponencial na SingularityU Brazil diz que “esse processo exige confiança em tecnologias avançadas e investimento na educação e infraestrutura adequada”.

Criptomoedas

CEO da Coinbase, Brian Armstrong, se reunirá com Donald Trump para discutir nomeações

Reunião ocorre enquanto Trump acelera preenchimento de cargos, com destaque para nomeações ligadas à indústria de criptomoedas

segunda, 18 de novembro, 2024 - 19:05

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O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, se reunirá com o presidente eleito Donald Trump na próxima segunda-feira (25) para discutir questões relacionadas a "nomeações de pessoal", de acordo com informações divulgadas pelo The Wall Street Journal.  

A reunião ocorre em meio aos esforços de Trump para preencher rapidamente cargos em seu futuro governo. 

Nomeações para o setor de criptomoedas 

Na semana passada, Trump anunciou várias nomeações para seu gabinete, algumas das quais têm grandes ligações para a indústria de criptomoedas.  

Entre os escolhidos, destaca-se Robert F. Kennedy, ex-candidato presidencial e defensor do Bitcoin, que foi nomeado para o cargo de Secretário de Saúde e Serviços Humanos.  

Trump também escolheu Elon Musk, CEO da SpaceX, e Vivek Ramaswamy, cofundador da Strive Enterprises, para liderar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental, ambos conhecidos por seu apoio ao setor de criptomoedas. 

Coinbase na transição de governo  

A Coinbase, por sua vez, não comentou oficialmente sobre a reunião entre Armstrong e Trump, embora seja especulado que a exchange tenha trabalhado junto à equipe de transição de Trump para agendar a conversa.  

Outras negociações 

Outros executivos da indústria de criptomoedas também estão envolvidos em conversas com a equipe de transição de Trump.  

Brad Garlinghouse, CEO da Ripple, mencionou que discutiu nomeações de pessoal com aliados próximos a Trump, e executivos da Circle, empresa que desenvolve a stablecoin USDC, também teriam se reunido com a equipe de transição, de acordo com informações do The New York Times. 

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Mercado de criptomoedas no Brasil atinge recorde de R$ 115,7 bilhões em setembro

Volume movimentado cresce 304% em relação a agosto, com stablecoins liderando as transações

segunda, 18 de novembro, 2024 - 16:47

Redação MyCryptoChannel

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O volume de compra e venda de criptomoedas no Brasil alcançou o recorde de R$ 115,7 bilhões em setembro, segundo dados divulgados pela Receita Federal na semana passada.  

Esse valor representa um crescimento expressivo de 304% em relação a agosto, quando o montante movimentado foi de R$ 28,3 bilhões. 

Esse recorde inclui transações realizadas por meio de exchanges nacionais e internacionais, além de negociações diretas entre pessoas físicas e jurídicas.  

O principal destaque foi o crescimento das operações realizadas fora das exchanges, que somaram R$ 97,1 bilhões, ou 84% do total. 

Stablecoins dominam o mercado do Brasil 

O aumento no volume negociado foi impulsionado principalmente pelas stablecoins atreladas ao dólar, que tiveram uma participação significativa nas transações.  

O Tether (USDT), a stablecoin líder do mercado, movimentou R$ 16,6 bilhões em setembro, com operações médias de R$ 34,7 mil. 

O USD Coin (USDC), outra stablecoin importante, registrou transações no valor total de R$ 1,3 bilhão, com uma média de R$ 1,2 mil por operação. 

Por outro lado, o Bitcoin (BTC), maior criptomoeda do mercado, movimentou R$ 3,1 bilhões, ficando abaixo do volume registrado pelo BNB, o token nativo da Binance, que somou R$ 4,5 bilhões.  

Outras criptomoedas também registraram grandes movimentações, como o Ethereum (ETH) e Solana (SOL) com R$ 884,8 milhões e R$ 375,2 milhões, respectivamente 

Movimentação anual já supera 2023 

Entre janeiro e setembro de 2024, o mercado de criptomoedas no Brasil movimentou R$ 363,2 bilhões, superando em 27% o total de R$ 284,4 bilhões registrados em 2023. 

Apesar do crescimento no volume financeiro, o número de pessoas físicas e jurídicas declarando operações com criptomoedas à Receita Federal caiu nesse período. 

Em janeiro, 8,9 milhões de pessoas físicas declararam negociações de criptoativos, mas esse número reduziu para 4,3 milhões em outubro, uma queda de 51%.  

Entre pessoas jurídicas, a redução foi ainda maior, de 403,1 mil para 16,5 mil, o que representa uma queda de 95%.