Nos últimos anos, grupos de hackers da Coreia do Norte vêm orquestrando ataques cibernéticos sofisticados para roubar bilhões de dólares em criptomoedas. Com essas ações, o país isolado entrou para a elite das nações com maiores reservas de ativos digitais no mundo.
Em fevereiro, o Lazarus Group, uma das células hacker mais conhecidas e patrocinadas pelo governo de Pyongyang, invadiu a plataforma de criptomoedas ByBit, sediada em Dubai. O ataque resultou no roubo de aproximadamente US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 8,8 bilhões) em tokens digitais da rede Ethereum, a segunda maior criptomoeda global, atrás apenas do bitcoin.
Coreia do Norte ocupa o pódio das maiores reservas de bitcoin
De acordo com informações da Binance News, a Coreia do Norte já acumula cerca de 13.562 bitcoins, o que equivale a impressionantes US$ 1,14 bilhão (ou R$ 6,7 bilhões).
O bitcoin, frequentemente chamado de "ouro digital", é a criptomoeda mais antiga e valorizada do mercado, reconhecida por sua resistência à inflação e volatilidade. Hoje, somente Estados Unidos e Reino Unido superam as reservas norte-coreanas, segundo dados da Arkham Intelligence.
"Não vamos medir palavras – a Coreia do Norte conseguiu isso por meio de roubo", afirmou Aditya Das, analista da empresa de pesquisa de criptomoedas Brave New Coin, com sede na Nova Zelândia.
Das lembra ainda que agências internacionais de segurança, como o FBI, têm emitido diversos alertas sobre os ataques coordenados por hackers norte-coreanos contra plataformas de criptoativos.
Apesar das advertências, empresas do setor cripto seguem vulneráveis. "A Coreia do Norte emprega uma ampla gama de técnicas de ataque cibernético, mas se tornou especialmente conhecida por sua habilidade em engenharia social", explicou Das. Essa técnica explora falhas humanas para acessar dados sigilosos e comprometer sistemas internos.
O analista também alerta que as startups de criptografia, corretoras de ativos digitais e plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) são os alvos preferenciais dos hackers norte-coreanos, devido à fragilidade de seus sistemas de segurança.