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Importância, cuidados e benefícios que chegam com o histórico Marco Regulatório dos Criptoativos

Mercado está otimista com a colocação do Banco Central como órgão fiscalizador, porque já mostrou ter experiência com ativos virtuais e com nova tecnologia blockchain

terça, 11 de julho, 2023 - 11:38

Redação MyCryptoChannel

Por Jean-Michel Guillot, executivo sênior em tecnologia da DINAMO Networks

Após um longo processo de aprovação do Marco Regulatório dos Criptoativos, no dia 20 de junho, entrou em vigor a mais importante regulamentação para o mundo cripto: a Lei 14.478/22, que traz credibilidade e segurança jurídica para o mercado de ativos virtuais e coloca o Banco Central para regular, normatizar e fiscalizar o setor.

O mercado está otimista com a colocação do Banco Central como órgão fiscalizador, porque já mostrou ter experiência com ativos virtuais e com a nova tecnologia de blockchain. O Bacen está inclusive conduzindo o projeto-piloto para implementar o Real Digital, sua moeda digital (CBDC), que se espelha nessa tecnologia de blockchain. Nos casos em que ativos virtuais podem ser considerados ativos mobiliários (como ações, por exemplo), a CVM também possuirá domínio para normatizar e regular.

A nova lei vem para regular o setor que sofre há bastante tempo de má reputação, por conta do histórico de golpes, fraudes e pirâmides. Estima-se que desde 2011 mais de 9 bilhões de dólares já foram roubados do setor. Além disso, sempre que ocorrem esses tipos de golpes eles reverberam com bastante divulgação midiática. No Brasil, pode-se citar como exemplos, a corretora Atlas Quantum, que foi quebrada e o CEO sumiu com os fundos dos usuários, ou o caso de pirâmide do Sheik dos Bitcoins.

Os principais beneficiários serão os usuários finais, pois o que vai mudar é que esse novo marco exige que as prestadoras de ativos virtuais estejam listadas e autorizadas pelo órgão regulador e ofereçam um atendimento no Brasil. Além disso, crimes e fraudes passam a ter tipificação específica. Poderão ser aplicadas multas e penas de prisão para quem cometer fraudes com esses ativos virtuais.

Alguns exemplos de fraudes são, prometer rendimentos que não são viáveis ou não possuir os fundos declarados. Isso representa um avanço para o investidor que vai poder agora cobrar diretamente as prestadoras e ter um órgão para reivindicar caso algo aconteça. Tudo isso auxilia a prevenção em lavagem de dinheiro, aumenta a confiança do usuário final para investir sabendo que as prestadoras estão sendo reguladas e fiscalizadas.

Importante lembrar que todas essas medidas não tiram o risco do investimento. As criptomoedas permanecem sendo um investimento arriscado, por conta da volatilidade que oferecem. Por isso, o investidor precisa fazer a diligência de saber se onde ele está investindo é coerente com a estratégia dele e que ele aceite os potenciais riscos. O que muda é que o usuário final estará mais tranquilo e protegido caso aconteça alguma fraude ou golpe envolvendo os ativos virtuais.

O mercado de ativos virtuais é grande e em crescimento, sobretudo no Brasil. Somente esse ano de 2023, soma-se mais de 1,6 milhões de pessoas que declararam criptoativos e mais de 60 mil empresas que possuem algum tipo de ativos virtuais em tesouraria. Os dados citados são os declarados, porém estima-se que cerca de 15% da população possui, investe ou já investiu em algum tipo de ativo virtual, ainda, em número de pessoas, já é superior à quantidade que investe na bolsa. Estima-se que o Marco impacte 50 empresas por enquanto, e obviamente, tudo indica, que o número de empresas e prestadoras virtuais impactadas vai crescer daqui para frente.

Com o Marco, o Brasil está colocando mais clareza e transparência nesse mercado, o que faz com que as empresas do mercado comecem a saber claramente o que pode e não pode ser feito. Isso favorece a entrada de novos players, tanto de fora do país, como de instituições financeiras

tradicionais que agora passam a entender que não há problemas em entrar no mundo de cripto ativos.

O Marco é histórico para o Brasil, pois a regulamentação se posiciona de forma acolhedora às inovações trazidas pela tecnologia blockchain e dos possíveis benefícios para a sociedade. Até o momento, algumas jurisdições que promovem liberdade financeira já regularam o setor (como a Suíça, Hong-Kong, ou Emirados Árabes). Mas algumas jurisdições consideradas avançadas, como dos Estados Unidos, estão sendo duramente criticadas, porque, justamente, não estabeleceram um ambiente claro e transparente para as empresas desse mercado, indicando que não querem que esse mercado evolua e cresça.

O mundo cripto se mostrou mais inclusivo que o mundo de finanças tradicionais. Espera-se que tenham mais pessoas podendo investir e sendo incluídas no mundo de mercado de capitais. Para o próprio mercado de capitais também é interessante, porque a inovação permite mais eficiência nas transações, com mais acessibilidade dos investimentos e menos intermediações. Tudo isso faz que o usuário final tenha menos custos embutidos e maiores rendimentos.

O Banco Central tem até seis meses para normatizar e definir regras desse mercado. É provável que essas determinações venham com algumas obrigações e recomendações de funcionamento, envolvendo temas de segurança, tanto tecnológicos como organizacionais. Um dos aspectos em debate e será seguido com interesse pelo mercado, é o tema da segregação patrimonial, que determina que o prestador de ativos virtuais separe as contas dos seus clientes das contas da própria instituição. Isso, porque uma prestadora de ativos virtuais não é um banco, o que não permitiria que ela use os fundos dos seus clientes para ela mesma investir ou arriscar os investimentos dos seus clientes.

A segregação é um tema organizacional, mas há também em pauta o tema da custódia dos ativos para garantir a segurança dos usuários. Todo o arcabouço tecnológico dessas prestadoras, precisa ser, de alguma forma, regulado ou supervisionado para garantir que seja executado com todas as regras de cibersegurança adequadas.

Vale lembrar o conceito de blockchain: os ativos virtuais permanecem nas redes distribuídas e o acesso a esses ativos virtuais é condicionado a posse de chaves criptográficas e privadas, utilizadas para poder fazer transações dos ativos digitais. Em algum momento, as prestadoras de ativos virtuais detêm as chaves privadas que dão acesso aos ativos virtuais, os usuários delegam a posse dessas chaves privadas para essas prestadoras. Por esse motivo, as prestadoras precisam fazer a proteção das chaves de maneira muito segura.

Para proteger essas chaves dos ativos virtuais, existem várias formas. Uma das mais seguras é utilizar hardwares criptográficos (HSM) certificados, adaptados para a proteção institucional de processos e chaves criptográficas.

A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da MyCryptoChannel

Criptomoedas

CEO da Coinbase, Brian Armstrong, se reunirá com Donald Trump para discutir nomeações

Reunião ocorre enquanto Trump acelera preenchimento de cargos, com destaque para nomeações ligadas à indústria de criptomoedas

segunda, 18 de novembro, 2024 - 19:05

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O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, se reunirá com o presidente eleito Donald Trump na próxima segunda-feira (25) para discutir questões relacionadas a "nomeações de pessoal", de acordo com informações divulgadas pelo The Wall Street Journal.  

A reunião ocorre em meio aos esforços de Trump para preencher rapidamente cargos em seu futuro governo. 

Nomeações para o setor de criptomoedas 

Na semana passada, Trump anunciou várias nomeações para seu gabinete, algumas das quais têm grandes ligações para a indústria de criptomoedas.  

Entre os escolhidos, destaca-se Robert F. Kennedy, ex-candidato presidencial e defensor do Bitcoin, que foi nomeado para o cargo de Secretário de Saúde e Serviços Humanos.  

Trump também escolheu Elon Musk, CEO da SpaceX, e Vivek Ramaswamy, cofundador da Strive Enterprises, para liderar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental, ambos conhecidos por seu apoio ao setor de criptomoedas. 

Coinbase na transição de governo  

A Coinbase, por sua vez, não comentou oficialmente sobre a reunião entre Armstrong e Trump, embora seja especulado que a exchange tenha trabalhado junto à equipe de transição de Trump para agendar a conversa.  

Outras negociações 

Outros executivos da indústria de criptomoedas também estão envolvidos em conversas com a equipe de transição de Trump.  

Brad Garlinghouse, CEO da Ripple, mencionou que discutiu nomeações de pessoal com aliados próximos a Trump, e executivos da Circle, empresa que desenvolve a stablecoin USDC, também teriam se reunido com a equipe de transição, de acordo com informações do The New York Times. 

Criptomoedas

Mercado de criptomoedas no Brasil atinge recorde de R$ 115,7 bilhões em setembro

Volume movimentado cresce 304% em relação a agosto, com stablecoins liderando as transações

segunda, 18 de novembro, 2024 - 16:47

Redação MyCryptoChannel

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O volume de compra e venda de criptomoedas no Brasil alcançou o recorde de R$ 115,7 bilhões em setembro, segundo dados divulgados pela Receita Federal na semana passada.  

Esse valor representa um crescimento expressivo de 304% em relação a agosto, quando o montante movimentado foi de R$ 28,3 bilhões. 

Esse recorde inclui transações realizadas por meio de exchanges nacionais e internacionais, além de negociações diretas entre pessoas físicas e jurídicas.  

O principal destaque foi o crescimento das operações realizadas fora das exchanges, que somaram R$ 97,1 bilhões, ou 84% do total. 

Stablecoins dominam o mercado do Brasil 

O aumento no volume negociado foi impulsionado principalmente pelas stablecoins atreladas ao dólar, que tiveram uma participação significativa nas transações.  

O Tether (USDT), a stablecoin líder do mercado, movimentou R$ 16,6 bilhões em setembro, com operações médias de R$ 34,7 mil. 

O USD Coin (USDC), outra stablecoin importante, registrou transações no valor total de R$ 1,3 bilhão, com uma média de R$ 1,2 mil por operação. 

Por outro lado, o Bitcoin (BTC), maior criptomoeda do mercado, movimentou R$ 3,1 bilhões, ficando abaixo do volume registrado pelo BNB, o token nativo da Binance, que somou R$ 4,5 bilhões.  

Outras criptomoedas também registraram grandes movimentações, como o Ethereum (ETH) e Solana (SOL) com R$ 884,8 milhões e R$ 375,2 milhões, respectivamente 

Movimentação anual já supera 2023 

Entre janeiro e setembro de 2024, o mercado de criptomoedas no Brasil movimentou R$ 363,2 bilhões, superando em 27% o total de R$ 284,4 bilhões registrados em 2023. 

Apesar do crescimento no volume financeiro, o número de pessoas físicas e jurídicas declarando operações com criptomoedas à Receita Federal caiu nesse período. 

Em janeiro, 8,9 milhões de pessoas físicas declararam negociações de criptoativos, mas esse número reduziu para 4,3 milhões em outubro, uma queda de 51%.  

Entre pessoas jurídicas, a redução foi ainda maior, de 403,1 mil para 16,5 mil, o que representa uma queda de 95%.