Em expansão, o mercado de criptoativos atingiu a marca de US$ 1,1 trilhão em valor de mercado no primeiro semestre de 2023, segundo levantamento realizado pela Binance. O bom momento é resultado do aumento de 30% na capitalização de criptomoedas nos seis primeiros meses do ano e tem impulsionado a criação de empresas do segmento, incluindo aquelas que utilizam os ativos para transformar mercados tradicionais, como o de empréstimo, e em ascensão, como ESG.
Embora seu uso mais comum seja como um meio de troca digital para compras e investimentos, criptomoedas como Bitcoin, Ethereum e Litecoin, por exemplo, têm impulsionado o surgimento de fintechs que desenvolvem modelos de negócios com atuação em diversos mercados, da redução da emissão de carbono a garantia para empréstimos.
As startups Kanna - DAO que une a tecnologia blockchain com o mercado promissor do cânhamo - e Rispar - primeira fintech a oferecer crédito em Real com garantia em bitcoin - são exemplos de empresas que desenvolveram modelos de negócios com base em ativos digitais, e estão revolucionando seus mercados de atuação.
No Brasil, a primeira Flexible DAO (Organização Autônoma Descentralizada) ESG do país, a Kanna utiliza a blockchain e o cânhamo como meio para financiar a sua operação em causas de impacto como a compensação de danos.
A empresa desenvolveu um ativo digital, o Token KNN, que representa uma fração de solo revitalizado pela planta. Por meio do token, a Kanna irá promover impacto ambiental através do beneficiamento de solos e remoção de CO2 e melhora da economia local através da geração de empregos na região e também do investimento em comunidades.
“Nossa expectativa é que até o fim de 2026 a Kanna tenha certificado o impacto gerado por uma área de mais de 6 mil hectares de cultivos de cânhamo e removido milhares de toneladas de CO2 da atmosfera, visando atuar em regiões vulneráveis com solo degradado e baixo IDH”, comenta Luis Quintanilha, CEO e fundador da Kanna.
Outra empresa que tem utilizado criptomoedas de maneira não convencional é a Rispar, primeira fintech brasileira a oferecer crédito com ativos digitais como garantia. A empresa oferece acesso a empréstimos com taxas que variam de 1,09% a 2,99% ao mês e atingiu a marca de R$ 15 milhões em crédito originado.
Toda operação acontece por meio da estrutura regulamentada pelo Banco Central e possui um fundo de crédito (FIDC) no sandbox regulatório da CVM. Os ativos ficam sob custódia garantida da BitGo, maior custodiante de criptoativos do mundo.
"As criptomoedas são ativos altamente líquidos, com um mercado global funcionando 24/7. Este fato, somado ao crescimento exponencial desta nova classe de ativos nos últimos anos, faz delas uma excelente opção de garantia, permitindo à Rispar oferecer taxas de juros significativamente mais baixas do que as encontradas no mercado tradicional.", comenta Rafael Izidoro, CEO e fundador da Rispar.