Em junho deste ano, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fez declarações que envelheceram bem, como "as criptomoedas parecem ter poder de permanência." A afirmação de Powell ganha mais relevância à medida que o mercado de criptos duplicou seu valor, atingindo US$ 1,3 trilhão em 2023, uma notável recuperação após a quebra ocorrida no ano anterior.
O que é ainda mais impressionante é o interesse no financiamento centralizado com garantia, após o polêmico colapso das gigantes da indústria BlockFi, Celsius e outros. O empréstimo é um acordo no qual um mutuário utiliza criptomoedas, como Bitcoin (BTC) ou Ethereum (ETH), como garantia para acessar empréstimos em moedas fiduciárias. No caso de inadimplência, o credor tem o direito de liquidar os ativos dados como garantia para recuperar o valor emprestado.
Essa modalidade de empréstimo é particularmente popular durante os períodos de alta do mercado de criptomoedas, visto que o aumento nos preços eleva o valor da garantia. Os mutuários utilizam o empréstimo fiduciário para adquirir mais criptos ou comprar equipamentos de mineração, geralmente cotados em dólares americanos.
Plataformas de Financiamento Centralizado (CeFi), como BlockFi, Celsius e Voyager, experimentaram um crescimento expressivo durante as corridas de alta de 2020 e 2021. No auge de sua popularidade, a Celsius administrava mais de 20 bilhões em ativos e contava com mais de 1,7 milhão de usuários. No entanto, a quebra do mercado digital no ano passado expôs a falta de medidas adequadas de gerenciamento de riscos nesses gigantes do crédito, abalando a confiança dos investidores.
Hoje, cerca de 85% dos empréstimos fiduciários concedidos pela Two Prime são garantidos por Bitcoin, enquanto o restante é garantido por Ethereum e outras criptomoedas alternativas de maior porte. O ressurgimento do interesse no financiamento centralizado com garantia sugere que essa modalidade de empréstimo está longe de ser obsoleta e continua a desempenhar um papel significativo no ecossistema digital.