O novo governo de Donald Trump poderá promover mudanças positivas para o setor de criptomoedas, especialmente para as empresas que operam junto aos bancos.
Porém, as expectativas em torno do novo cenário regulatório devem ser "razoáveis", de acordo com uma análise do banco de investimentos TD Cowen.
Bancos e a integração com criptomoedas
Em um relatório publicado na segunda-feira (6), o Washington Research Group da TD Cowen, liderado por Jaret Seiberg, detalhou que os bancos enfrentam desafios ao lidar com criptomoedas.
Isso porque há à necessidade de cumprir regulamentos rigorosos, como as regras de antilavagem de dinheiro (AML) e o Bank Secrecy Act (BSA).
Embora o governo Trump sinalize uma abordagem mais flexível em relação à conexão entre finanças tradicionais e criptomoedas, Seiberg observa que alguns bancos podem ser cautelosos ao aceitar os riscos associados.
A preocupação com a liquidez e a concentração de riscos pode levar certos bancos a se afastarem da criptomoeda, enquanto outros podem ver uma oportunidade no mercado.
“Além disso, algumas entidades de criptomoedas podem se opor a qualquer supervisão governamental. Isso pode limitar o quão confortáveis os bancos estão em trabalhar com elas”, afirmou o grupo.
A análise sugere que, enquanto alguns bancos podem optar por evitar o risco, outros podem enxergar oportunidades no mercado de criptomoedas, especialmente à medida que a confiança no setor se reestabelece após crises recentes, como o colapso do Silvergate Bank em 2022.
Expectativas de maior aceitação da cripto
Apesar da resistência inicial, Seiberg prevê que, com o passar do tempo, os bancos começarão a aceitar mais riscos no mercado cripto.
Uma das mudanças mais esperadas é a possível autorização para que bancos emitam stablecoins, o que garantiria uma maior segurança nas reservas e manteria o capital dentro do sistema financeiro tradicional.
Outro ponto relevante é que, se o Congresso aprovar novas legislações sobre o mercado cripto, certos bancos podem ser autorizados a negociar ativos digitais de maneira semelhante à negociação de ações tradicionais.
Além disso, a flexibilização das restrições a empréstimos lastreados em criptomoedas e o uso de stablecoins em sistemas de pagamento digital também são vistos como potenciais avanços.