A REX Shares lançou nos Estados Unidos um fundo negociado em bolsa (ETF) voltado para títulos conversíveis, uma iniciativa inédita no mercado financeiro. O novo produto possibilita que investidores tenham exposição à dívida corporativa utilizada para incorporar Bitcoin (BTC) aos balanços patrimoniais de empresas.

O BMAX foi oficialmente lançado nesta sexta-feira (14) e já está disponível para negociação na Nasdaq. O fundo possui uma taxa de administração de 0,85% e foi iniciado com um aporte de US$ 25 milhões em ativos.

No primeiro dia de negociações, o ETF registrou valorização, acompanhando a alta do Bitcoin. Nesta sexta-feira, o BTC é negociado a US$ 84 mil com ajuste positivo de 5,11% nas últimas 24 horas. 

O fundo, batizado de REX Bitcoin Corporate Treasury Convertible Bond ETF (BMAX), tem como principal ativo os títulos conversíveis emitidos pela MicroStrategy (MSTR). 

A empresa liderada por Michael Saylor é reconhecida por ser a maior emissora desse tipo de dívida e ser maior detentora corporativa de BTC. 

Além disso, a carteira do ETF inclui notas conversíveis de grandes mineradoras de Bitcoin, como Marathon Digital (MARA) e Riot Platforms (RIOT).

Segundo Greg King, CEO da Rex Financial, o lançamento do fundo representa uma grande oportunidade para investidores individuais que, até então, enfrentavam dificuldades para acessar esse mercado. 

“O BMAX remove essas barreiras, tornando mais fácil investir na estratégia pioneira de Michael Saylor — alavancar dívida corporativa para adquirir Bitcoin como um ativo de tesouraria”, afirmou King.

A aprovação de fundos negociados em bolsa (ETFs) de criptomoedas pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) pode levar mais tempo do que o esperado. Apesar do recente reconhecimento da agência sobre várias solicitações, especialistas acreditam que nenhuma decisão definitiva será tomada até que a liderança da SEC esteja completamente definida.

Nomeação de Atkins pode influenciar prazos

Paul Atkins, ex-comissário da SEC e atual CEO da Patomak Global Partners, foi indicado pelo presidente Donald Trump para assumir o comando da agência após a renúncia de Gary Gensler em janeiro. 

No entanto, ainda não há uma data definida para a audiência de confirmação de Atkins, o que gera incertezas sobre os próximos passos regulatórios.

Para James Seyffart, analista de ETFs da Bloomberg Intelligence, a SEC provavelmente adiará qualquer decisão sobre ETFs de criptomoedas até a confirmação de Atkins. "Eu ficaria muito, muito surpreso se eles aprovassem qualquer um desses registros antes que [Paul] Atkins fosse confirmado em seus primeiros prazos”, afirmou.

Decisões adiadas e expectativas do mercado

Na última terça-feira (11), a SEC anunciou o adiamento das decisões sobre ETFs de diversas criptomoedas, incluindo XRP, Solana (SOL), Dogecoin (DOGE) e Litecoin (LTC). Embora o movimento não tenha sido totalmente inesperado, ele reforçou a percepção de que a agência prefere aguardar a nova administração antes de tomar medidas concretas.

A SEC já havia demonstrado resistência em aprovar ETFs de Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) no passado, exigindo um mercado futuro regulamentado para ambos os ativos antes de conceder sinal verde. 

No entanto, nenhuma das novas solicitações de ETFs atende a esse critério, o que pode dificultar uma aprovação imediata.

Apesar disso, Seyffart e outros analistas acreditam que a probabilidade de aprovação para ETFs de altcoins até o final do ano supera 65%. As propostas com prazos de decisão em maio e junho podem ter mais chances de avançar, dependendo da rapidez com que Atkins for confirmado no cargo.