Os fundos negociadas em bolsa (ETFs) de Bitcoin (BTC) à vista estão sentindo o impacto da tensão comercial global. Entre os dias 28 de março e 8 de abril, os produtos baseados em BTC registraram saídas líquidas de aproximadamente US$ 595 milhões, de acordo com dados da Farside Investors.
Mesmo após a suspensão temporária de tarifas comerciais pelos Estados Unidos, na quarta-feira (9), o movimento de retirada continuou. No dia em que o Bitcoin voltou a ser negociado acima de US$ 80 mil, mais US$ 127 milhões deixaram esses fundos.
Por outro lado, o BTC é negociado a US$ 82 mil nesta sexta-feira (11). Apesar da queda semanal, a maior criptomoeda do mundo avança 0,54% nas últimas 24 horas.
Saídas de ETFs de Bitcoin
Entre os produtos, o Grayscale Bitcoin Trust (GBTC) registrou a maior saída semanal. O fundo da Grayscale registrou uma saída de US$ 22,782 milhões entre os dias 24 de março a 10 de abril.
Por outro lado, o iShares Bitcoin Trust (IBT) disparou com a captação de US$ 39,568 milhões no mesmo período. Ele é seguido pelo FBTC e ARKB com entradas de US$ 11,414 milhões e US$ 2,578 milhões.
O pico de desvalorização dos ETFs foi realizado na terça-feira (8), com saídas líquidas totais de US$ 326,3 milhões.
Qual o motivo das saídas?
Especialistas apontam que um dos principais fatores por trás da saída de recursos dos ETFs é o temor de uma recessão econômica. Em entrevista para o Cointelegraph, Michael Weidner, codiretor global de renda fixa da Lazard Asset Management, há uma visível retração na liquidez do mercado de crédito corporativo.
Esse sentimento negativo, em todos os setores do mercado financeiro, é gerado pela incerteza de uma guerra comercial e instabilidade geopolítica. Mesmo com a alta do Bitcoin, a macroeconomia está se sobrepondo ao setor, que é considerado separado da economia tradicional.