O CEO da Ripple, Brad Garlinghouse, está otimista quanto à aprovação de um fundo negociado em bolsa (ETF) baseado na criptomoeda XRP, apesar da disputa judicial prolongada entre sua empresa e a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).  

Garlinghouse declarou que é "inevitável" que um ETF de XRP seja autorizado, indicando que a crescente demanda tanto de investidores institucionais quanto de varejo por exposição a ativos digitais tornará a aprovação apenas uma questão de tempo. 

Pedido de ETF de XRP 

No início deste mês, a gestora de fundos Bitwise apresentou um pedido à SEC para lançar um ETF de XRP. Esse tipo de fundo permitiria aos investidores negociar e se expor ao XRP sem a necessidade de possuir diretamente a criptomoeda.  

A entrada do pedido pegou muitos de surpresa, considerando que a Ripple, empresa por trás do XRP, enfrenta uma disputa legal com a SEC desde 2020. 

Ele comparou a situação atual com os ETFs de Bitcoin e Ethereum, que, apesar da resistência inicial da SEC, acabaram sendo aprovados por pressão de grandes empresas de Wall Street. 

Desafios legais da Ripple com a SEC 

A aprovação de um ETF de XRP, no entanto, pode não ser imediata devido ao histórico entre a Ripple e a SEC.  

Em 2020, a SEC entrou com um processo de US$ 1,3 bilhão contra a Ripple, acusando a empresa de vender títulos não registrados sob a forma de XRP. Desde então, a batalha judicial continua a gerar incertezas no mercado. 

Em um dos desdobramentos mais recentes, a Ripple conseguiu uma vitória parcial no tribunal em 2022, quando um juiz determinou que as vendas de XRP para investidores de varejo não constituíam a venda de títulos.  

Porém, o tribunal também concluiu que contratos no valor de US$ 728 milhões, envolvendo vendas institucionais de XRP, deveriam ser considerados como títulos não registrados. 

Concorrência de ETFs 

Além da Bitwise, outra gestora de ativos, a Canary Capital, também entrou com um pedido para lançar um ETF de XRP neste mês.  

Os ETFs de Solana lançados recentemente na B3 não atingiram o mesmo nível de sucesso inicial de outros fundos de criptomoedas.  

Somando um total de R$ 37 milhões em ativos sob gestão após pouco mais de um mês, esses fundos captaram bem menos que os ETFs de Bitcoin e Ethereum lançados em 2021. 

O QSOL11, da QR Asset Management, captou R$ 22 milhões, enquanto o SOLH11, da Hashdex, acumulou R$ 14,91 milhões.  

Opiniões de especialistas sobre ETFs de Solana  

Para Theodoro Fleury, da QR Asset, o desempenho foi positivo apesar do cenário desafiador, com juros altos e menor apetite por criptoativos.  

“Os volumes negociados diariamente surpreenderam positivamente e, em apenas um mês, o produto cresceu 30% em termos de captação líquida, comparado ao PL levantado na oferta pública” 

Já Samir Kerbage, CIO da Hashdex, aposta na consolidação da Solana como infraestrutura digital para impulsionar a demanda no futuro. 

“Estamos confiantes de que, à medida que plataformas de contratos inteligentes, como a Solana, se consolidarem como uma infraestrutura chave para a economia digital nos próximos 5 a 10 anos, a demanda institucional por esse tipo de ativo crescerá significativamente”, completou.  

Comparação com outros ETFs  

Comparando, o lançamento do HASH11, ETF de criptomoedas da Hashdex, teve um sucesso em 2021, captando R$ 638,4 milhões em poucos dias, em um contexto econômico mais favorável, com juros baixos e alta liquidez. 

Expectativa para o setor  

A expectativa agora é que fatores macroeconômicos, como as eleições nos EUA e cortes nas taxas de juros, possam impulsionar o mercado de criptomoedas e aumentar a demanda pelos ETFs de Solana.