As audiências do julgamento de Tigran Gambaryan, executivo da Binance acusado de lavagem de dinheiro, foram retomadas na segunda-feira em Abuja, na Nigéria. Gambaryan entrou no tribunal e utilizando muletas e tendo sido impedido de usar uma cadeira de rodas, conforme declarado por sua família.
Gambaryan, ex-agente especial do IRS dos EUA e chefe de conformidade financeira da Binance, e Nadeem Anjarwalla, gerente regional da Binance na África, foram detidos em 26 de fevereiro após chegarem a Abuja.
As acusações contra a Binance e os executivos envolviam lavagem de dinheiro e violação fiscal de US$ 35 milhões. As acusações fiscais foram retiradas em junho, deixando apenas as acusações de lavagem de dinheiro. Anjarwalla conseguiu escapar da custódia em 22 de março, enquanto Gambaryan permanece detido.
Ele está preso há seis meses, com sua saúde física debilitada. Ele sofreu uma hérnia de disco e enfrentou crises de pneumonia, malária e amigdalite.
Os advogados de Gambaryan afirmam que as condições na prisão dificultaram a preparação adequada para o julgamento, e que não conseguiram se reunir com ele para discutir sua defesa.
Durante a audiência, o acusado estava com dor e a família disse que ele chorou. Além disso, Gambaryan processou o Conselheiro de Segurança Nacional da Nigéria e a Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros (EFCC) Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros (EFCC) em março, alegando violação de seus direitos humanos básicos.
Seus advogados apresentaram um novo pedido de fiança por motivos médicos e alegaram que o acesso ao cliente foi bloqueado. No entanto, os promotores da EFCC se opuseram ao pedido. Nesta segunda-feira (2), o juiz ordenou que Gambaryan pudesse usar uma cadeira de rodas e continuará a considerar o pedido de fiança na quarta-feira.
A esposa de Gambaryan, Yuki, se mostrou muito abalada com a situação. Ela afirmou: “Meu marido foi detido ilegalmente pelo governo nigeriano após ser convidade sob falsos pretextos [...] sua saúde está se deteriorando”.
“Toda essa situação é desumana e degradante, e estou farta. Deve haver consequências para esse desrespeito à lei e aos direitos humanos”, reclamou.
O governo nigeriano, por sua vez, classificou as alegações sobre a qualidade dos cuidados médicos de Gambaryan como "falsas", afirmando que ele tem acesso a cuidados médicos e serviços consulares dos EUA.