O julgamento de Sam Bankman-Fried, fundador e ex-CEO da FTX, começou na terça-feira (3), mas a defesa e a acusação já estão trocando argumentos acalorados. Ambas as partes estão trabalhando para definir quais argumentos podem ou não ser utilizados perante o júri.
Um dos principais pontos de discórdia é o status regulatório da criptomoeda nos EUA. A defesa argumenta que a falta de regulamentação significa que Bankman-Fried não pode ser acusado de apropriação indébita.
"O governo não alegou que existam quaisquer leis ou regulamentos que proíbam as exchanges de criptomoedas de usar fundos provenientes de depósitos de clientes para seus próprios fins", disse a equipe de Bankman-Fried em uma carta na segunda-feira (2).
A acusação, no entanto, contesta esse argumento, dizendo que a falta de regulamentação é irrelevante para o caso. "As provas ou argumentos sobre a ausência de regulamentação só poderão confundir o júri", disseram os advogados do governo dos EUA.
Em resposta a equipe do executivo, a justiça dos EUA disse que “tem muito pouco valor probatório para uma defesa de boa-fé ou para qualquer outro propósito, mas é provável que seja enganosa e injustamente prejudicial”.
Acrescentaram que o argumento da equipe jurídica do Bankman-Fried de que reunir ou realocar fundos de clientes era “comum entre as bolsas de criptomoedas” não é relevante. Para o governo do país, o que importa é que o executivo se apropriou indevidamente dos ativos.
Outro ponto de discórdia é o uso de fundos de clientes para contribuições para campanhas políticas. A acusação alega que Bankman-Fried usou fundos da FTX para fazer contribuições para campanhas políticas. A defesa disse que o tribunal tomou decisões inconsistentes sobre esse argumento, impedindo uma testemunha de testemunhar em favor da defesa.