A FTX enfrentou acusações explosivas durante uma audiência realizada na última quarta-feira (18), quando surgiu que a empresa falida utilizou fundos de seus clientes para adquirir a totalidade da participação que detinha na sua rival, a Binance. A revelação foi feita por Changpeng Zhao, CEO da exchange, que afirmou ter recebido mais de US$ 2,1 bilhões em Binance USD (BUSD) e tokens FTT da FTX como parte do acordo de recompra.
A saga ganha ainda mais destaque com a participação do professor de contabilidade da Universidade de Notre Dame, Peter Easton, que foi recrutado pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) para investigar a complexa trama financeira envolvendo bilhões de dólares entre a Alameda e a FTX. A investigação faz parte do julgamento de Sam Bankman-Fried, atualmente em andamento.
Segundo Easton, os depósitos recebidos foram utilizados para financiar a recompra das ações da Binance na FTX. Uma revelação chocante foi feita durante a audiência, na qual Easton declarou: "Mais de um bilhão de dólares que financiaram essa transação vieram diretamente dos fundos de clientes da bolsa FTX".
O imbróglio remonta a 2019, quando a Binance, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, fez um investimento não revelado na FTX como parte de uma parceria estratégica entre as duas empresas. Na ocasião, a corretora estava em um estágio inicial e processava US$ 500 milhões em negociações diárias, um contraste em relação ao seu pico, com mais de US$ 50 bilhões em transações diárias.