O comportamento das cotações das criptomoedas é notoriamente difícil de ser previsto. Uma ilustração disso é o comportamento do Bitcoin neste ano: no início, o ativo passou por uma fase de rápida valorização que ajudou a pôr um fim ao inverno cripto herdado do ano anterior, mas, mais recentemente, a trajetória de valorização quase ininterrupta dele deteve-se.
Assim, o Bitcoin, que chegou a ser cotado a mais de US$ 30 mil, estava cotado a pouco menos de US$ 29 mil quando este texto foi escrito.
Por que Bitcoin caiu recentemente?
Para parte da desvalorização do Bitcoin, pode ter contribuído o ataque hacker que roubou cerca de US$ 50 milhões da segunda maior exchange descentralizada do mercado de criptomoedas, a Curve Finance, derrubando o preço de boa parte dos ativos dessa classe.
Há poucos dias, o volume da criptomoeda negociado na média dos sete dias precedentes chegou ao menor nível registrado desde o início do ano retrasado. O otimismo dos traders com relação às possibilidades de alta da cotação do Bitcoin, alimentado pelo menos em parte pela expectativa de que fosse aprovada a criação nos Estados Unidos de ETFs (fundos negociados em bolsa) baseados em Bitcoin (o que ainda não aconteceu), parece ter esfriado.
Para essa situação, contribui também a percepção de que o banco central americano talvez ainda não tenha completado seu programa de elevação dos juros para combater a inflação. Bendik Schei, diretor de operações e chefe de pesquisa da K33, empresa de administração de ativos digitais, afirma que períodos prolongados de desaceleração costumam levar ao aumento da volatilidade, agravada pela existência de traders com operações excessivamente alavancadas.
Nada do exposto acima prova que o Bitcoin, cuja cotação acumula alta de mais de 75% no ano, vai se desvalorizar em breve, ou mesmo se valorizar pouco. É inegável, no entanto, que, no momento, o ativo parece menos promissor para o futuro do que parecia ser há algumas semanas.
BTC20 aparece como boa alternativa diante da incerteza sobre Bitcoin
Em um cenário como esse, pode ser especialmente interessante para os investidores a aquisição de BTC20, uma criptomoeda criada para ter fundamentos parecidos com aqueles que tinha o BTC em 2011, quando cada bitcoin custava apenas 1 dólar.
A equipe de criadores do BTC20 apresenta sua criptomoeda como uma oportunidade para quem desejaria ter aproveitado a chance de investir no Bitcoin em 2011, quando a criptomoeda, lançada recentemente, estava cotada a US$ 1. Vale salientar que a equipe não esteve envolvida na criação do Bitcoin (cujo criador também preferiu o anonimato, ocultando-se sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto, tornado famoso por esse fato),
Apesar das semelhanças entre o Bitcoin de pouco mais de dez anos atrás e o BTC20, cuja pré-venda foi concluída recentemente, é preciso entender que este não necessariamente terá a mesma trajetória de valorização que aquele teve. O mercado de criptomoedas mudou, e o cenário econômico daqui para frente não será necessariamente igual àqueles em que o Bitcoin passou sua primeira década de existência.
O próprio BTC20 apresenta algumas diferenças interessantes em relação à criptomoeda que o inspirou. O BTC20 foi criado com base no protocolo ERC-20 e, por isso, é compatível com a rede de blockchain Ethereum, a mais usada na criação e na implementação de contratos inteligentes, o que lhe confere mais versatilidade.
Ademais, o whitepaper do projeto afirma que o BTC20 poderá ser usado em aplicações descentralizadas, como token de governança no ecossistema BTC20 ou em parcerias estratégicas. Além disso, será possível efetuar staking com ele.
Como acontece com o Bitcoin, o BTC20 tem suprimento máximo limitado. Assim como só pode haver 21 milhões de bitcoins, só pode haver 21 milhões tokens de BTC20. Na pré-venda foram oferecidos 6.05 milhões de tokens de BTC, cada um deles a 1 dólar. Os recursos arrecadados com essas vendas de tokens a 1 dólar serão, segundo a equipe do projeto, usados no desenvolvimento deste.
Diferente do Bitcoin, BTC20 permite ganho de renda passiva
Em vez de usar o sistema de Proof-of-Work do Bitcoin, extremamente dispendioso do ponto de vista energético e com consequências especialmente nocivas para o Meio Ambiente, o BTC20 usa o sistema de Proof-of-Stake. Trata-se de um mecanismo de validação onde os detentores de tokens em staking colaboram para a segurança do sistema e são recompensados com tokens na direta proporção da quantidade de tokens que tiverem deixado em staking.
Segundo o whitepaper do BTC20, à medida que blocos forem sendo confirmados, um número pré-determinado de tokens será liberado para ser dividido entre os realizadores de staking na proporção da quantidade de tokens em staking cada um deles tiver depositado. O ritmo da liberação dos tokens espelhará o ritmo de criação de bitcoins, aplicando assim os princípios da primeira das criptomoedas, testado e aprovado no uso prático.
É provável (mas, claro, de maneira nenhuma garantido) que o BTC20 passe a valer mais do 1 dólar por token quando chegar às exchanges. Entre os fatores que podem colaborar para isso estão o suprimento limitado do token (21 milhões deles, a serem liberados no decorrer dos próximos 120 anos) e melhoramentos em relação ao Bitcoin, como um mecanismo de consenso mais "verde" devido ao menor gasto de energia e a possibilidade de ganho de renda passiva através da realização de staking.
Além da rápida conclusão da pré-venda do BTC20, outro sinal do interesse despertado por ele é que o ativo chegou a superar, em algumas datas e em alguns horários, a memecoin Pepe Coin. O PEPE foi a grande surpresa do mercado cripto neste ano, isso é verificável consultando o Google Trends, que mede o volume de buscas por um termo com o mecanismo de busca Google.
Por fim, no site oficial do BTC20, o interessado poderá encontrar uma seção de respostas a perguntas frequentes, um cronograma e o whitepaper do projeto.
Conclusão
Apesar de ter atravessado fases de desvalorização ou de lenta valorização (em uma das quais talvez esteja entrando neste momento), o Bitcoin vale hoje cerca de 29 mil vezes o que valia em abril de 2011, quando podia ser adquirido a 1 dólar. Diante disso, a possibilidade de que uma criptomoeda inspirada no Bitcoin e com fundamentos parecidos com os que ele apresentava há pouco mais de 10 anos é um dos atrativos de BTC20.
Não se pode garantir que o BTC20 vá se valorizar bastante, mas há alguns fatores que fazem dele uma aposta interessante, como a limitação da oferta máxima dele, a lenta expansão do suprimento em circulação e a possibilidade de realização de staking. É importante que o interessado neste ativo faça sua própria pesquisa para poder formar sua própria opinião quanto à conveniência para si de comprar o ativo.
Este texto não é um conselho de investimento, é uma tentativa de manter os entusiastas de criptomoedas cientes dos desenvolvimentos recentes. Quem optar por investir em algum ativo mencionado em qualquer texto o faz por sua conta e risco.