O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que qualquer acordo de cessar-fogo com o Líbano precisa garantir a capacidade de Israel para combater ameaças de segurança e possibilitar o retorno de pessoas deslocadas na região norte do país.
A afirmação ocorreu após novos ataques do Hezbollah e intensificação de conflitos na fronteira.
Ataques do Hezbollah em Israel deixam cinco mortos
Nesta quinta-feira (31), um ataque atribuído ao Hezbollah, ocorrido na cidade de Metula, ao norte de Israel, causou a morte de cinco pessoas, entre elas um fazendeiro israelense e quatro trabalhadores estrangeiros.
Ainda na região, outros dois civis foram mortos após serem atingidos por estilhaços perto de Kiryat Ata, conforme confirmaram autoridades locais.
Paralelamente, o governo de Beirute informou que ataques israelenses no sul do Líbano resultaram na morte de seis profissionais de saúde.
Diplomacia dos EUA para um cessar-fogo
Enviados dos Estados Unidos, Brett McGurk e Amos Hochstein, estão em Israel em uma nova tentativa de estabelecer um cessar-fogo.
As negociações visam um acordo de trégua de 60 dias, para que a Resolução 1701 da ONU seja implementada. Esta resolução exige que o Hezbollah retire forças armadas do sul do rio Litani, buscando diminuir as tensões na fronteira.
De acordo com o gabinete de Netanyahu, a prioridade não é o documento do acordo em si, mas sim a habilidade de Israel de aplicar o pacto e prevenir futuras ameaças vindas do Líbano.
“A questão principal não é a papelada deste ou daquele acordo, mas a capacidade e a determinação de Israel de aplicar o acordo e impedir qualquer ameaça à sua segurança vinda do Líbano”, declarou o gabinete do premiê.
Israel intensifica ataques aéreos em meio à crise em Gaza
A intensificação dos confrontos entre Israel e Hezbollah ocorre em meio ao conflito em Gaza, onde Israel combate militantes do Hamas.
O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita acusou Israel de praticar “genocídio” em Gaza, acusação que o governo israelense nega. Ele também pediu ao Líbano uma resolução para sua crise política prolongada.
Bombardeios na cidade de Baalbek
No leste do Líbano, próximo à cidade de Baalbek, Israel executou bombardeios pelo segundo dia consecutivo. Após emitir avisos para que a população local evacuasse a área, pesados ataques aéreos atingiram pontos estratégicos do Hezbollah, incluindo seus depósitos de combustível, segundo fontes militares de ambos os lados.
A cidade vizinha de Douris permaneceu coberta por uma fumaça espessa após os ataques, e milhares de civis fugiram rapidamente em direção a Deir al-Ahmar, uma cidade de maioria cristã, em busca de abrigo.