Os NFTs de imóveis são tokens não fungíveis que representam a propriedade de uma propriedade. Assim como todos esses tokens, eles são registrados em uma determinada blockchain e isso os torna únicos e intransferíveis. Com os terrenos programáveis, é possível explorar o mundo por meio de avatares. Porém, há um problema do mundo real que pode ser transferido para o metaverso, a especulação imobiliária.
O que é especulação imobiliária?
A especulação imobiliária é a prática de comprar imóveis visando revendê-los por um preço mais alto no futuro. Com a expectativa de lucrar com as propriedades, essas pessoas ou empresas investem em vários imóveis para vender ou até alugar, visando um aumento do valor do mercado imobiliário, com a expansão do território ou melhorias na infraestrutura da cidade. Somente essa prática em si já tem efeitos na sociedade.
Um dos maiores problemas disso é quando há um alto número de propriedades sem uso nas cidades, já que elas estão desocupadas na espera da valorização. Isso pode se resultar no fenômeno chamado vazios urbanos, sendo áreas urbanas que não cumprem sua função social.
A prática também pode interferir no próprio crescimento das regiões urbanas, já que poderá causar uma escassez de imóveis e um aumento dos preços das propriedades. Além disso, será possível visualizar uma expansão urbana para regiões mais periféricas, já que o centro pode estar ocupado com construções inutilizáveis.
Nos últimos anos, o Brasil presenciou o crescimento da prática de especulação imobiliária. O Índice Especulômetro EXAME-Loft, da EXAME com a Loft, mostra que a cidade de São Paulo apresenta uma tendência crescente no assunto.
Dentro os 23 bairros avaliados, 15 apresentaram alta na diferença média de preço entre o valor pedido pelo proprietário e o efetivamente acertado em contrato. “A maior diferença foi registrada no bairro, Moema Índios, com 35,63%. Em seguida estão Jardim Paulistano, com 35,23% e Jardim Paulista, com 32,09%”, segundo a Exame.
Relação com NFTs de imóveis
Na relação com o blockchain, a especulação imobiliária ganha outras questões. O fundador da Omnes Blockchain e professor no tema Web3, Afonso Dalvi, afirmou que “os usuários donos dos NFTs, podem reter o ativo ou até mesmo esquecer em suas carteiras”.
“Assim, influenciando significativamente na especulação imobiliária ou até prejudicando na venda deste imóvel, sendo que, nesses casos, os imóveis são fracionados e vendidos representações para diversos investidores”, completou Dalvi.
Para ele, esses ativos digitais democratizam o investimento no setor imobiliário, onde cada NFT poderá representar uma fração da totalidade do imóvel. Essas construções no metaverso podem ter várias funções, como ter lugares para o trabalho remoto de uma maneira diferente e até terrenos de jogos.
Dalvi ressaltou que com o crescimento do setor de criptoativos nos últimos anos, os NFTs de imóveis começaram a se popularizar. Ele destaca que “assim, os NFTs trouxeram o fracionamento do imóvel com uma representação digital única e autenticada”.
“As empresas começaram a visualizar a tecnologia blockchain como uma opção de registrar, rastrear e democratizar de forma segura o acesso a um mercado imobiliário que geralmente, tem baixa liquidez”, ressaltou.
Mas o fundador da Omnes Blockchain e professor no tema Web3 também destacou alguns problemas da relação entre a especulação imobiliária e os NFTS. Dalvi afirma que “ainda estamos em um ambiente com muita insegurança jurídica” e é preciso tomar cuidado.
Ele lembra que quando empresas ofertarem esse tipo de ativo é necessário respeitar uma série de requisitos para não tomarem o Stop Order da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Por último, Dalvi destaca que mesmo no mundo real quanto no blockchain, ao se tratar de “especulação a principal consequência é prejudicar o crescimento natural das cidades”.