Testemunho de ex-desenvolvedor da FTX traz novas revelações sobre empresa

Ex-colega de quarto de Sam Bankman-Fried diz que executivo estava preocupado com situação financeira da bolsa

No terceiro dia do julgamento criminal de Sam Bankman-Fried em Nova York, Adam Yedidia, ex-desenvolvedor da FTX, prestou depoimento. Yedidia, que foi amigo próximo de Bankman-Fried, forneceu novos detalhes sobre a vida na bolsa em colapso. O desenvolvedor dividiu uma casa no MIT com ele e seu colega executivo Gary Wang.

Yedidia disse que, em janeiro de 2021, ele configurou um sistema automatizado para rastrear depósitos de clientes na FTX que eram, na verdade, detidos pela Alameda Research, empresa comercial irmã da FTX. O desenvolvedor falou que ficou preocupado, mas disse “que achou que a Alameda estava apenas com o dinheiro”. 

Segundo o depoimento, ele relatou um erro que descobriu no código e disse que contou a Bankman-Fried sobre isso em uma mensagem através do Signal. A mensagem foi excluída automaticamente algum tempo depois. 

Yedidia também disse que Bankman-Fried estava preocupado com a situação financeira da FTX. “Fomos à prova de balas no ano passado. Não somos à prova de balas este ano”, contou ele a Bankman-Fried, após uma partida de paddle. Ele tambem afirmou que o executivo queria levantar investimentos da Arábia Saudita ou dos Emirados Árabes Unidos.

Yedidia confirmou recebia um salário base de quase US$ 200 mil por ano e bônus que chegavam a milhões. A defesa de Bankman-Fried teve dificuldade sobre várias questões sendo rejeitadas sob objeção. O objetivo da equipe jurídica do criador da FTX era mostrar que o executivo não gastava com luxos.