Criptomoedas

Criptomoedas como refúgio da inflação: Argentina lidera adoção na América Latina

Argentinos recorrem a criptomoedas, principalmente stablecoins como Tether, buscando proteção contra a desvalorização do Peso Argentino

9 JUL 2024 • POR Redação MyCryptoChannel • 16h30
Foto: Reprodução (Ewan Kennedy / Unsplash)

A disparada da inflação na Argentina impulsionou a busca por criptomoedas como alternativa para proteger o poder de compra, impulsionando o país ao topo da adoção no hemisfério ocidental. Segundo analistas da revista Forbes, a Argentina supera todas as nações do hemisfério ocidental nesse quesito. 

O relatório da Forbes informa que os 130 milhões de usuários nas 55 maiores exchanges de cripto do mundo, 2,5 milhões são argentinos, representando a maior parcela em relação à população do país. 

Ao contrário da tendência global de memecoins, a preferência dos argentinos se concentra em stablecoins, principalmente o Tether (USDT). Essa escolha se justifica pela busca por estabilidade em meio à inflação do país, já que elas são projetadas para manter um valor estável em uma proporção 1:1 com o dólar americano.  

"A Argentina é um mercado atípico, onde muitos compram USDT e não deixam espaço para outras criptomoedas", explica Maximiliano Hin, chefe da Bitget na América Latina. "Não vemos isso em nenhum outro lugar. Os argentinos compram Tether à vista e não fazem nada com ele.” 

A Argentina ainda enfrenta desafios para regular o setor de criptomoedas. Em 2023, o país oficializou o uso do Bitcoin (BTC) em contratos jurídicos, mas ainda busca uma estrutura regulatória abrangente. 

Em abril de 2024, foram aprovados requisitos de registro para empresas de cripto, mas as principais exchanges, como a Binance, ainda não se regularizaram junto à Comissão Nacional de Valores (CNV), órgão regulador do mercado de capitais. 

Embora o governo argentino demonstre interesse em regulamentar as criptomoedas, a população ainda não tem acesso a serviços de criptomoedas totalmente regulamentados. "Até onde sei, não há exigência de licenciamento nos países da América Latina onde a Bitget opera", afirma Hin.