Cibercrimes

Faraó do Bitcoin: primeira audiência na justiça estadual acontece na próxima semana

Defesa de Glaidson questiona a competência da Justiça Estadual para julgar o caso

18 JUL 2024 • POR Redação MyCryptoChannel • 14h47
Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

O caso de Glaidson Acácio dos Santos, o "Faraó do Bitcoin", começara a ser julgado com primeira audiência na Justiça Estadual do Rio de Janeiro na próxima quarta-feira, dia 24.  

A sessão, marcada para a 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado, terá como objetivo ouvir testemunhas do Ministério Público, na maioria investidores que dizem ter sido lesados pela GAS Consultoria, empresa de Glaidson. 

Glaidson, que se apresentava como um "expert" em criptomoedas e prometia altos rendimentos a seus clientes, já responde por diversos crimes em duas esferas da Justiça.  

Na esfera Federal, ele é réu por crimes contra o sistema financeiro nacional, caso que teve origem na Operação Kryptos, realizada pela Polícia Federal em agosto de 2021 e que resultou na prisão do "Faraó". Nesse caso, a primeira audiência já ocorreu este ano, com a segunda marcada para 10 de setembro. 

Já na Justiça Estadual, onde a primeira audiência acontecerá na próxima semana, Glaidson é acusado de financiamento de organização criminosa. Além disso, ele também responde por casos de homicídio no estado do Rio de Janeiro. 

O advogado de Glaidson nas acusações de crime financeiro na esfera federal, Ciro Chagas, questionou ao Portal do Bitcoin a competência da Justiça Estadual para julgar o caso. Segundo ele, o Superior Tribunal de Justiça já definiu a instância federal como competente para o caso, e por isso, acredita que o processo na Justiça Estadual deve ser anulado.  

“A única coisa que posso lhe dizer é que o Superior Tribunal de Justiça em sede de conflito de competência, já definiu até o presente momento, a instância federal como competente. E mais uma vez, entendo que este processo será devidamente arquivado ou anulado e as provas produzidas lá, não podem ser utilizadas. É a minha opinião”. 

A GAS Consultoria, empresa de Glaidson, atraía clientes com promessas de lucros exorbitantes através do "trade" de criptomoedas. No entanto, a empresa operava um esquema de pirâmide financeira que resultou no prejuízo de milhares de investidores. 

Glaidson foi preso em agosto de 2021, mas sua esposa, Mirelis Yoseline Dias Zerpa, que era responsável pelas finanças da GAS, conseguiu escapar da polícia e fugir do Brasil. Mirelis foi presa em janeiro deste ano em Chicago, nos Estados Unidos, por morar ilegalmente no país.