Cibercrimes

Polícia Federal desarticula esquema bilionário de criptomoedas e lavação de dinheiro

Durante a Operação Aluir, a PF cumpriu mandados de busca e prisão, bloqueou bens e identificou empresas de fachada envolvidas

16 AGO 2024 • POR Redação MyCryptoChannel • 17h46
Foto: Reprodução (Racool Studio / Freepik)

Na manhã da última quinta-feira (15), a Polícia Federal deflagrou a Operação Aluir, focada em desarticular uma organização criminosa especializada na evasão de divisas e lavagem de dinheiro utilizando criptomoedas. A Operação Aluir marca a terceira fase da Colossus. 

Durante a operação, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva contra os principais membros do grupo criminoso. Esta ação é um desdobramento da Operação Colossus, iniciada em 2022, que revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro através de ativos digitais. 

O líder da organização, conhecido como "rei dos criptos", já havia sido preso na segunda fase da operação, realizada em janeiro deste ano. Além dele, outros dois indivíduos tiveram suas prisões preventivas decretadas, mas permanecem foragidos. 

A Justiça Federal também determinou o sequestro patrimonial e o bloqueio de bens dos investigados, com um valor total que ultrapassa R$ 6,7 bilhões. A Polícia Federal revelou que a organização criminosa operava recebendo recursos de origem ilícita através de contas bancárias associadas a empresas de fachada, controladas por "laranjas". 

Os criminosos realizavam transferências entre as contas das empresas fictícias para converter os recursos ilícitos em criptoativos. Esses ativos eram então enviados para carteiras digitais controladas pelos membros da organização.  

A PF identificou pelo menos 68 empresas de fachada envolvidas, das quais nove movimentaram mais de R$ 6,7 bilhões entre 2022 e 2023, conforme o Relatório de Inteligência Financeira (RIF) obtido do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). 

Entre os presos, um deles era um gerente bancário de uma instituição financeira pública, que desempenhou um papel importante na operação do grupo criminoso. O funcionário bancário permitia o uso das contas mesmo sabendo da origem criminosa dos fundos.  

"A atuação se dava de forma a permitir a utilização das contas bancárias mesmo com conhecimento da origem criminosa dos valores movimentados, o que ocorria não só por meio do não cumprimento dos seus deveres funcionais, mas também através de ações ativas para desobstruir contas bloqueadas pelo setor de compliance", explicou a Polícia Federal.