Méliuz adquire US$ 4,1 milhões em Bitcoin e ações disparam mais de 24%

Companhia justifica compra de Bitcoin como reserva de valor diante da problemas do sistema financeiro

O Méliuz (CASH3) anunciou nesta quinta-feira (6) a aquisição de Bitcoin (BTC) como parte de sua tesouraria e se tornou a primeira empresa da bolsa investir no ativo digital. 

A empresa desembolsou aproximadamente US$ 4,1 milhões em 45,72 unidades da criptomoeda. Por valor médio de e US$ 90.296,11 por BTC, a transação foi realizada por meio da Liqi, uma empresa especializada em infraestrutura de criptomoedas para o mercado financeiro.

"A administração da companhia acredita que a estratégia de tesouraria focada na reserva de bitcoin tem potencial importante para a maximização de valor para a companhia e para seus acionistas", afirmou Marcio Loures Penna, diretor de Relações com Investidores e Governança Corporativa da Méliuz em carta aos acionistas. 

Por que a Méliuz comprou Bitcoin? 

Em comunicado oficial, o Méliuz justificou a decisão ao considerar o Bitcoin uma reserva de valor mais eficiente que moedas fiduciárias. “Para compreender a relevância da nossa decisão de estudar a adoção do Bitcoin como investimento estratégico, é fundamental entender a fragilidade do sistema financeiro tradicional”, afirma a companhia. 

A empresa destacou a desvalorização do real, que perdeu 87% de seu poder de compra desde sua introdução em 1994, contrastando com a valorização média anual de 77% do Bitcoin em dólares na última década.

“Na opinião da Administração da Companhia, esses exemplos demonstram um movimento crescente de alocação corporativa em Bitcoin, impulsionado por fatores como infação, desvalorização cambial e a busca por um ativo não correlacionado ao sistema financeiro tradiciona”, afirma a Méliuz. 

Além da aquisição inicial, o conselho de administração solicitou um estudo sobre a viabilidade da expansão dessa estratégia, com a divulgação desse estudo prevista para entre 45 a 60 dias. 

Ações e valor do Bitcoin 

Após o anúncio, as ações da Méliuz operavam em alta. Por volta das 13:10 (horário de Brasília), os papéis da companhia avançavam 24,54% a R$ 4,11. 

Ao mesmo tempo, o Bitcoin registrava valorização de 3,36% nas últimas 24 horas a US$ 90,8 mil.