O presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), Gary Gensler, voltou a pressionar pela regulamentação do mercado de criptomoedas. 

Durante sua participação no 56º Instituto Anual de Regulamentação de Valores Mobiliários, realizado nesta quinta-feira (14), Gensler reforçou a necessidade de que as exchanges de criptomoedas se registrem oficialmente na agência. 

Ele também pediu aos vendedores de títulos que garantam divulgações adequadas, pois a possibilidade de sua saída do cargo se aproxima, com especulações sobre sua demissão após a eleição de Donald Trump.

Criptomoedas como títulos 

Ao discutir a situação do mercado de criptomoedas, Gensler destacou que muitos dos 10 mil ativos digitais em circulação poderiam ser classificados como títulos, além dos já conhecidos Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e stablecoins. 

“Isso é menos de 20% de todo o mercado de criptomoedas e menos de um quarto de um por cento dos mercados de capitais mundiais”, afirmou Gensler. 

Possível saída de Gensler da SEC

As declarações de Gensler ocorrem em uma possível saída do presidente da SEC, com a recente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. 

Fontes próximas ao assunto indicaram que Trump pode optar por demitir Gensler, um movimento que foi esperado após o resultado das eleições. 

Historicamente, muitos presidentes da SEC decidiram se afastar após a troca de administração, e Gensler pode seguir o mesmo caminho. 

No entanto, ainda não está claro se ele renunciará ou permanecerá no cargo como comissário. 

Gestão de Gensler na SEC

Em seu discurso, Gensler também refletiu sobre sua gestão na SEC, destacando o compromisso da comissão com a proteção dos investidores e a manutenção da integridade dos mercados financeiros dos Estados Unidos. 

"Foi uma grande honra servir ao lado de profissionais que garantem que nossos mercados de capitais permaneçam os melhores do mundo", disse ele, expressando orgulho pelo trabalho realizado na SEC.
 

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou a possibilidade de ignorar o processo de confirmação do Senado para algumas nomeações em seu futuro governo. 

Isso incluiria uma potencial substituição para Gary Gensler, atual presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC).

Em uma postagem no X, Trump indicou que poderia ter autoridade sobre a escolha do líder da maioria no Senado a partir de janeiro de 2025, com a posse do novo Congresso. 

Plano de Trump 

O republicano propôs que futuros líderes da maioria consentissem com nomeações durante o recesso parlamentar, evitando o processo tradicional de confirmação e permitindo que os novos nomeados ocupem suas funções imediatamente, sem serem questionados pelos legisladores.

“Qualquer senador republicano que busque a cobiçada posição de LIDERANÇA no Senado dos Estados Unidos deve concordar com as nomeações de recesso (no Senado!), sem as quais não seremos capazes de confirmar as pessoas em tempo hábil”, afirmou. 

Nomeações de recesso

Segundo a Constituição dos Estados Unidos, o presidente tem o poder de fazer nomeações temporárias durante o recesso do Senado, com validade até o final da próxima sessão legislativa. 

Esse mecanismo permite que o presidente preencha vagas que poderiam não ser aprovadas pelo Senado, o que, historicamente, Trump já fez em seu primeiro mandato.

As nomeações de recesso, no entanto, são medidas temporárias e devem ser submetidas posteriormente à aprovação do Senado para se tornarem definitivas. 

Durante seu primeiro mandato, Trump utilizou essa estratégia para colocar um Procurador-Geral interino, contornando o Senado controlado pelos republicanos.

Substituição de Gary Gensler 

O atual presidente da SEC, Gary Gensler, foi nomeado pelo presidente Joe Biden e aprovado pelo Senado com um placar de 54 a 45 em 2021. 

Seu mandato está previsto para terminar em junho de 2026, e durante sua gestão, Gensler interferiu na regulação de criptomoedas. 

Ele tem adotado uma abordagem cautelosa e regulatória no setor de ativos digitais, o que levou Trump a prometer sua substituição no "primeiro dia" de governo, uma promessa feita durante a campanha eleitoral com o apoio da comunidade de criptomoedas.